O eco perdido de Mozart: a redescoberta de um trio inédito

Uma descoberta extraordinária abalou o mundo da música clássica: uma obra inédita de Wolfgang Amadeus Mozart foi revelada ao público. Encontrada em uma biblioteca de Leipzig, na Alemanha, essa composição, que data dos anos 1760, quando o gênio ainda era um adolescente prodígio, oferece um vislumbre inestimável do jovem Mozart em pleno processo de desenvolvimento criativo. Trata-se de um trio para cordas com sete movimentos-miniatura, que, com cerca de 12 minutos de duração, foi nomeado de “Ganz kleine Nachtmusik” ou “Música Noturna Muito Pequena”.

Essa obra representa mais do que uma simples adição ao catálogo do compositor austríaco; é um novo fragmento de sua história, uma parte perdida que se reintegra ao vasto legado de um dos maiores compositores de todos os tempos. O manuscrito não foi escrito pelas mãos do próprio Mozart, mas acredita-se que seja uma cópia feita por volta de 1780. Sua revelação ocorreu com a mais recente edição do catálogo Köchel — a referência definitiva da obra de Mozart.

Ulrich Leisinger, pesquisador-chefe da Fundação Internacional Mozarteum | Foto: Reprodução

Ulrich Leisinger, pesquisador-chefe da Fundação Internacional Mozarteum, responsável pela edição mais recente do catálogo, destacou a relevância dessa descoberta:

“Até agora, conhecíamos o jovem Mozart principalmente pelas peças para piano, árias e sinfonias, mas há muito se especulava sobre a existência de obras de câmara compostas em sua juventude”.

A lista de obras, elaborada pelo pai de Mozart, já sugeria a existência de outras peças, que agora emergem com o ressurgimento deste trio.

Há quem diga que a inspiração para essa peça tenha vindo de Nannerl, irmã de Mozart, também musicista, e grande incentivadora do talento musical de seu irmão. Leisinger acredita que ela poderia ter guardado essa obra como uma recordação dos tempos em que ambos compartilhavam o gosto pela música e tocavam juntos. O trio foi executado pela primeira vez no dia 19 de setembro em Salzburgo e teve sua estreia alemã na Ópera de Leipzig, em 21 de setembro.

Os irmãos Nannerl  e W. A Mozart | Foto: Reprodução

A plateia de Leipzig, tradicionalmente apaixonada por música, compareceu em massa, desejosa de ouvir essa joia escondida por séculos. Foram grandes momentos para um pequeno, porém precioso, pedaço de Mozart. “Ganz kleine Nachtmusik” não apenas reafirma o gênio atemporal do compositor, como também serve de lembrete de que, mesmo em um campo tão minuciosamente explorado, o passado pode sempre surpreender e emocionar.

Este trio ressurge como uma cápsula do tempo, destinada a encantar uma nova geração de ouvintes e a reforçar o legado imortal de Wolfgang Amadeus Mozart.

Ouviremos  essa obra no momento em que foi apresentada ao público, na Alemanha em 21 de setembro desse ano, interpretada por Vincent Geer (violino), David Geer (violino) e Elisabeth Zimmermann (violoncelo), na Ópera de Leipzig.

Observe o formato da obra, com sete movimentos curtos, é incomum para trios de cordas e demonstra a capacidade de Mozart de explorar diferentes atmosferas musicais em pequenos movimentos.

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