Wilson Pollara é anunciado como possível nome em gestão de Pablo Marçal

O candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), compartilhou nesta terça-feira, 24, três nomes que podem compor seu secretariado caso seja eleito. Entre os indicados estão figuras com experiência em governos anteriores. O médico e atual Secretário Municipal de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, para a Saúde; Marcos Cintra (PP), economista, indicado para a Secretaria Municipal de Finanças; e Filipe Sabará (Republicanos), coordenador do plano de governo de Marçal, para uma pasta ainda a ser confirmada.

Wilson Pollara já ocupou o cargo de secretário municipal de Saúde em São Paulo durante a gestão de João Doria (ex-PSDB). Marcos Cintra passou por partidos como Arena e União Brasil e foi Secretário Especial da Receita Federal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Filipe Sabará, ex-secretário de Assistência e Desenvolvimento Social de Doria, chefiou a pasta do Desenvolvimento Social no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) até o início de 2024.

Questionado sobre a escolha de dois ex-integrantes do governo Doria, Marçal minimizou qualquer ligação com o ex-prefeito, afirmando que “a pessoa ter trabalhado com ele não quer dizer que foi convertida”, destacando que o ex-governador “não tem nenhuma influência” em sua campanha.

Essa divulgação faz parte de uma estratégia de Marçal para projetar uma postura mais “estadista” e pragmática, em contraste com sua abordagem inicial, marcada por críticas agressivas e acusações contra seus adversários, como o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Ele defendeu que sua estratégia inicial foi necessária para ganhar visibilidade. “Se não fizesse isso, não teria chance nenhuma contra esses caras”, afirmou.

Filipe Sabará, um dos nomes indicados, elogiou a decisão de Marçal de apresentar parte de seu possível time antes do fim da campanha. O anúncio dos possíveis nomes para o governo busca consolidar Marçal como um candidato preparado, mesmo com ausência de apresentação de propostas

O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para saber a posição de Pollara, mas não tivemos retorno.

Relembre o histórico de Wilson Pollara

Em junho deste ano, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) determinou o afastamento do secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e a suspensão da contratação de itens para o Samu. A medida cautelar foi solicitada pelo Ministério Público de Contas (MPC) e concedida pelo presidente do tribunal, conselheiro Joaquim de Castro.

A suspensão envolveu uma contratação emergencial prevista para 10 de junho, na qual a Secretaria de Saúde pretendia adquirir sistemas web, locação de ambulâncias e recursos humanos. Na época, a Comissão de Ética Médica do Samu Metropolitano de Goiânia já havia se manifestado sobre o processo. Entre as irregularidades apontadas pelo MPC e acolhidas pelo TCM, estava a falta de relação entre a justificativa de combate à dengue e os serviços prestados pelo Samu.

Segundo a decisão, devido ao início do período de estiagem em junho, já havia uma tendência de redução nos casos de dengue, e, mesmo durante os períodos críticos da doença, a demanda pelo serviço de ambulâncias não costuma ser frequente para esse tipo de atendimento. Outra irregularidade identificada foi a falta de necessidade de contratação de novos sistemas web, visto que o Samu já utiliza um sistema próprio contratado pelo município.

Em 2018, o então secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, Wilson Pollara, decidiu deixar o cargo após um ano e meio à frente da pasta. Para substituí-lo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) nomeou Edson Aparecido, que até então presidia a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab).

A proposta de reestruturar o sistema de saúde, que incluía o fechamento das AMAs (Assistência Médica Ambulatorial), não agradou a população e foi interrompida pelo Ministério Público Estadual.

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