Delator do PCC citou policial que faz segurança de Gusttavo Lima

O empresário Antonio Vinicius Gritzbach, em delação premiada, apontou o envolvimento de policiais civis paulistas em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, incluindo ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Um dos policiais mencionados é Rogério de Almeida Felício, conhecido como “Rogerinho”. Influenciador digital, ele se apresenta nas redes sociais como segurança particular do cantor Gusttavo Lima e empresário, com negócios no litoral paulista, incluindo uma incorporadora, a construtora Magnata, e outras empresas.

Na delação, Gritzbach detalha crimes como concussão e associação criminosa, mencionando especificamente o delegado Fabio Baena e sua equipe, composta por agentes como Rogerinho e Eduardo Monteiro. A defesa de Gritzbach sugeriu que a conduta desses policiais comprometeu investigações, incluindo o caso de Anselmo Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”. A defesa também expressou preocupação com Eduardo Monteiro, supostamente parente de alguém na corregedoria, o que poderia influenciar investigações internas.

Rogerinho se destaca pela exposição nas redes sociais, onde compartilha imagens de seu trabalho como segurança e de empreendimentos imobiliários. Além disso, ele já concedeu uma entrevista ao delegado e atual deputado federal Da Cunha, onde foi apresentado como “sniper da Polícia Civil”. Essas declarações e atividades empresariais levantam questões sobre a compatibilidade de seu patrimônio e estilo de vida com o salário oficial de policial civil, que é de R$ 7 mil mensais.

O cantor Gusttavo Lima, apesar de aparecer nas redes de Rogerinho, não está envolvido ou citado na investigação. A delação premiada de Gritzbach está em análise pela Justiça e pelo Ministério Público, que devem decidir sobre as possíveis implicações para os policiais citados.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Rogério de Almeida Felício.

Morte no aeroporto

Antonio Vinicius Gritzbach foi assassinado ao desembarcar de um voo no aeroporto, após retornar de uma viagem de Maceió com a namorada. Ele foi morto ao deixar o saguão do aeroporto, quando dois homens encapuzados e armados com fuzis o abordaram e dispararam dez vezes. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, incluindo o braço direito, rosto, costas, tórax e perna. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Os assassinos fugiram em um veículo Gol preto, que foi abandonado nas proximidades do aeroporto. Dentro do carro, as autoridades encontraram munição de fuzil e um colete à prova de balas. O crime foi executado de forma altamente organizada e planejada, de acordo com especialistas, sugerindo uma ação coordenada típica de uma organização criminosa.

O procurador de Justiça e autor do livro Laços de Sangue: A História Secreta do PCC, comentou sobre a execução, afirmando que foi realizada de maneira cronometrada, com treinamento e logística militar. Segundo ele, o ataque reflete a capacidade de uma facção organizada para realizar ações ousadas, mesmo sob forte vigilância e segurança.

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