Polícia de Goiás investiga fraudes em transplantes em hospital oftalmológico

A Polícia Civil de Goiás deflagra, nesta quarta-feira, 13, a Operação Panoptes, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, para investigar supostas fraudes em transplantes de córneas em um hospital oftalmológico. Coordenada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), a ação visa cumprir três mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens e aplicação de medidas cautelares pessoais.

A operação conta com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), especificamente da Gerência de Ações Estratégicas, que colabora nas investigações e na análise dos processos de transplante. A operação Panoptes surgiu após denúncias apontarem possíveis irregularidades nos processos de transplantes de córneas realizados pelo hospital em questão. Entre as suspeitas estão fraudes que teriam envolvido manipulação na lista de espera por córneas e irregularidades no procedimento de captação e transplante de tecidos oculares.

Segundo as investigações preliminares, o hospital poderia estar priorizando pacientes fora da fila regular de transplantes, prática que, se comprovada, viola tanto o Código de Defesa do Consumidor quanto normas de saúde pública.

As denúncias levantam ainda a possibilidade de que o hospital tenha utilizado métodos ilícitos para obter vantagens financeiras, alterando o fluxo natural de doação de córneas em troca de compensação monetária. Em colaboração com a Gerência de Ações Estratégicas da SES-GO, os investigadores analisam documentos e registros de atendimentos e transplantes, cruzando informações para identificar qualquer indício de manipulação nos processos.

Operação Panoptes

Na manhã de quarta-feira, agentes da Decon estão cumprirando os mandados de busca e apreensão nas instalações do hospital investigado, recolhendo documentos, registros médicos e equipamentos eletrônicos que podem servir de prova para as investigações. 

A SES-GO forneceu dados de controle sobre os transplantes de córneas realizados no hospital e sobre as listas de espera, permitindo que a polícia civil traçasse o perfil dos atendimentos e identificasse quaisquer indícios de fraude. 

A investigação agora seguirá para a análise detalhada dos materiais apreendidos, que incluem prontuários médicos, dados de pacientes e documentos financeiros. Com base nesse material, a polícia pretende traçar uma linha cronológica das operações do hospital, identificando possíveis beneficiários das fraudes e eventuais cúmplices no esquema. Caso as irregularidades sejam comprovadas, os responsáveis podem responder por crimes como fraude, estelionato e violação do Código de Defesa do Consumidor, entre outros.

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