General Heleno escreveu que prenderia policiais federais que cumprissem ordens judiciais

Em anotações do ex-ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, teria a indicação de prender qualquer policial federal que cumprisse ordens judiciais. A orientação estava na estrutura da Abin paralela e em documentos de Heleno, que havia um plano para utilizar a Advocacia-Geral da União (AGU) como respaldo jurídico para que a PF não cumprisse ordens judiciais.

O documento denominado “Punhal Verde e Amarelo” foi impresso no Palácio do Planalto e apresentado a Bolsonaro. De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro anuiu ao plano, do qual Gonet se refere como ‘sinistro’, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

O objetivo da ação seria gerar um cenário de caos, que serviria de pretexto para uma intervenção militar. A peça apresentada pela PGR traça uma linha do tempo detalhada, demonstrando como os primeiros ataques ao sistema eleitoral começaram em 2018 e se intensificaram a partir de 2021.

A denúncia menciona reuniões, encontros, minutas, relatórios internos e anotações que mostram a articulação de um plano golpista. A PGT usa o termo “conjuração” para descrever a tentativa de derrubar o governo democraticamente eleito e manter Bolsonaro no poder, com o aparato de generais.

A PGR classifica o Exército como “vítima da conspirata”, mesmo que entre 34 dos denunciados exista 23 militares. Entre esses membros do Exército denunciados estão membros do alto escalação, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o general Walter Braga Netto e o general Estevam Theophilo, que era comandante de Operações Terrestres (Coter).

De acordo com o Paulo Gonet, os militares que não quiseram aderir ao golpismo foram vítimas da mesma estratégia de ataque e desqualificação pessoal.

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República desmonta o argumento de que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 foram atos isolados de vandalismo, sem coordenação. A investigação demonstra que os eventos foram a culminação de uma série de ações golpistas.

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