Cooperativa Comigo tem queda de receita de 16,72%, em 2023

A Comigo ocupa a quinta posição entre as maiores cooperativas do país, com sede em Rio Verde, no sudoeste goiano. Presente em 20 municípios, conta com mais de 11 mil associados. Fundada em 1975 por 50 produtores rurais de Rio Verde, a Cooperativa Comigo desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da produção de grãos em Goiás.

Recentemente, a Comigo inaugurou o maior armazém do Centro-Oeste, localizado em Mineiros, GO, com um investimento de aproximadamente R$ 150 milhões. O complexo tem capacidade para armazenar cerca de 3,3 milhões de sacas. No entanto, esse já deve ser o último investimento da empresa neste ano.

Em entrevista ao Jornal Opção, o presidente da cooperativa, Antônio Chavaglia, avalia que em 2023 a Comigo experimentou uma considerável queda na receita, mas, por outro lado, registrou um aumento nos volumes de vendas e na recepção de grãos. “Na verdade, o que ocorreu foi uma queda nos preços, que foi muito prejudicial, mas, de modo geral, nosso resultado ainda é satisfatório”, destaca.

Em 2022, o faturamento por negócio totalizou R$ 15.683.044.815, enquanto em 2023 a cooperativa faturou R$ 13.059.905.497, representando uma queda de 16,72%. Entre os produtos negociados, os insumos foram os que mais apresentaram contração, passando de R$ 3.168.740.857 em 2022 para R$ 2.534.280.238 em 2023.

Chavaglia atribui a diminuição da receita diretamente ao preço dos produtos, que foram comercializados abaixo da média, como o milho e a soja. Ele destaca que as commodities estão com preços baixos e, consequentemente, a liquidez do produtor em 2024 tende a ser baixa.

O presidente analisa que o mercado permanecerá fraco ao longo deste ano, e os produtores que plantaram cedo estão enfrentando colheitas fracas devido à estiagem que atrasou o plantio para a maioria dos agricultores. Ele prevê que a colheita se estenderá até abril.

Chavaglia explica que as perspectivas dos produtores para 2024 são pessimistas, aconselhando cautela em relação aos investimentos. “Os produtores certamente não investirão em arrendamentos, compras de terras ou aquisição de equipamentos e maquinários, pois o cenário não é animador”, afirma.

Quanto ao governo federal, Chavaglia aponta que há boa vontade, mas ressalta que isso, por si só, não resolve o problema. Ele menciona que o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) tem oferecido pouco suporte ao setor, e os juros continuam altos. “Se o governo não se propor a ajudar o agricultor, poucos conseguirão prosperar. Isso são obstáculos para que o produtor continue com os investimentos”, enfatiza. Chavaglia menciona conversas com o governo, mas até o momento nada saiu do papel.

Antônio Chavaglia reitera as preocupações com os problemas climáticos previstos para este ano, que podem ser avassaladores. Há uma previsão de estiagem prolongada em 2024, o que inevitavelmente afetará o plantio. “Esperamos que o governo do Estado se antecipe a essa questão e auxilie o homem do campo no que for preciso. Esperamos medidas que minimizem os prejuízos que virão”, destaca.

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