Após erro, Google interrompe ferramenta de cotação do dólar

O Google decidiu suspender nesta quinta-feira, 26, sua ferramenta de cotação do dólar. A decisão foi tomada após a plataforma ter apresentado um valor incorreto para a negociação da moeda americana no dia anterior.

Na última quarta, 25, a plataforma informou que a cotação do dólar estava em R$ 6,36, mesmo em um dia em que o mercado estava fechado devido ao feriado de Natal.

Na segunda-feira, que foi o último dia para negociações de compra e venda de dólar antes do feriado, a moeda tinha fechado a R$ 6,18.

O erro na cotação levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a solicitar esclarecimentos ao Banco Central do Brasil para embasar a investigação sobre as informações incorretas.

A expectativa é que o órgão busque a responsabilização da plataforma formalmente pela falha, a fim de esclarecer como, em um dia em que o mercado estava fechado, a cotação apresentada era superior à que foi registrada no fechamento da sessão do dia 23 de dezembro.

Entretanto, essa não foi a primeira ocorrência de cotação errada na plataforma. No início de novembro, o Google já havia informado um valor incorreto para a moeda americana em relação ao real, afirmando que a cotação era de R$ 6,17, quando na realidade havia encerrado a R$ 5,67.

AGU

Em nota emitida na noite de quarta-feira, a AGU informou que os dados enviados pelo Banco Central subsidiarão uma eventual ação da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU, contra o buscador Google.

A AGU pediu ao BC a cotação oficial no dia 25; o valor da moeda americana em outros países na mesma data; e se a cotação em outros países pode impactar o valor da moeda brasileira em pleno feriado.

“Recentemente, informações de fontes desconhecidas sobre a cotação real do dólar foram novamente veiculadas na plataforma Google. O câmbio Ptax é a cotação oficial no Brasil, não definido nesta quarta-feira pelo Banco Central devido ao feriado”, ressaltou a AGU em nota.

Embora a Taxa Ptax, taxa média de câmbio ao longo do dia, seja usada pelo Banco Central, ela define apenas a indexação dos contratos vinculados ao governo, como títulos da dívida externa, da dívida pública interna corrigida pelo câmbio e empréstimos de instituições estrangeiras.

A cotação instantânea e de fechamento dos mercados é definida em cada corretora, porque o mercado de câmbio é descentralizado, sem uma organização controladora.

Apesar de o mercado cambial funcionar de forma descentralizada, os bancos comerciais, os fundos de investimento e os dealers (bancos ou corretoras autorizadas a funcionar como intermediários do Banco Central) podem influenciar o mercado.

O BC também tem poder de interferir no câmbio, ao vender e comprar dólares. Apenas em dezembro, a autoridade monetária injetou cerca de US$ 30 bilhões das reservas internacionais no mercado.

O Google informou que não vai comentar a iniciativa da AGU. Sobre a cotação, afirmou que os dados mostrados em tempo real na busca “vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros”.

A empresa disse que trabalha com parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. De acordo com a página da plataforma Google Finanças, os dados de bolsas de valores e da taxa de câmbio são fornecidos pela Morningstar, empresa americana de pesquisa de investimentos.

*Com informações da Agência Brasil

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