“Não existe data”, diz presidente do IMAS sobre pagamento de débitos acumulados com o Hospital Infantil de Campinas

O clima é de início de um novo ano, mas os problemas de uma crise crescente entre o Hospital Infantil de Campinas (HIC) e o Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Servidor (IMAS), já reverberam entre milhares de usuários. Na última terça-feira, 14, uma reunião entre as lideranças das duas instituições, destinada a encontrar soluções para uma dívida de meio milhão de reais, terminou sem acordos concretos, agravando ainda mais a situação.

O diretor executivo do HIC, Márcio Coelho, não poupou críticas à condução das negociações pelo IMAS. Ele afirmou categoricamente que “nenhuma proposta de pagamento foi apresentada” durante a conversa com o presidente do Instituto, Paulo Henrique da Farmácia. Em tom de desabafo, Coelho questionou: “Os meses de maiores picos de atendimentos estão chegando e os usuários do IMAS estão sem cobertura hospitalar em pediatria. Isso não preocupa vocês?”. Segundo ele, desde julho de 2024 os pagamentos ao hospital estão atrasados, culminando na suspensão completa dos serviços em 28 de dezembro.

Por outro lado, o presidente do IMAS adotou um tom conciliador em entrevista ao Jornal Opção. Ele negou a interrupção dos atendimentos e prometeu normalizar a situação assim que os “diagnósticos internos” do Instituto estiverem concluídos. “O IMAS foi deixado de lado, e agora estamos organizando as contas e identificando as pendências. A prioridade é equilibrar as finanças, reestabelecer a credibilidade com os prestadores e assegurar a continuidade dos serviços”, afirmou.

Déficit financeiro e falta de prazo

A raiz do conflito é um saldo acumulado que não para de crescer. O diretor do HIC estima os débitos do IMAS com o HIC em mais de R$ 510 mil, valor que se reflete na pressão sobre os atendimentos pediátricos. De acordo com ele, nenhum outro hospital da rede atualmente atende os usuários do plano. 

Enquanto isso, o presidente do IMAS reconheceu que o déficit financeiro do Instituto ultrapassa os milhões. Ele afirmou que o IMAS conta com uma receita mensal de cerca de R$ 15 milhões, um montante insuficiente para cobrir tanto as dívidas quanto os custos operacionais.

“Estamos há apenas duas semanas na gestão e já temos um plano de ação para reorganizar o Instituto. Esse trabalho envolve uma proposta de lei para aumentar nossa receita e renegociar os termos com prestadores e fornecedores”, explicou o presidente. No entanto, ele não apresentou uma data específica para quitar as pendências com o HIC, dizendo que os levantamentos financeiros ainda estão em andamento.

Segundo o presidente, restauração da credibilidade é um objetivo primordial, especialmente com os prestadores de serviços médicos e laboratoriais. “Já iniciamos conversas com parceiros estratégicos para restabelecer acordos e garantir que os usuários possam acessar um atendimento de qualidade no futuro próximo”, enfatizou.

Impacto na saúde dos usuários

O impacto da paralisação nos serviços é amplo. O HIC, uma das principais referências em pediatria para usuários do IMAS, atende crianças em situações críticas de saúde. Sem o serviço ativo, famílias enfrentam longos deslocamentos para buscar alternativas de atendimento ou recorrem à rede pública já saturada.

Para agravar o cenário, Coelho ressaltou que os pacientes do IMAS receberam aviso oficial da suspensão via redes sociais ainda no final de dezembro. “Os atendimentos estão 100% suspensos desde 28/12/2024. O presidente do IMAS precisa se informar melhor. Mudar as práticas”, frisou.

Enquanto o HIC reafirma sua postura firme em manter a suspensão até que os pagamentos sejam regularizados, o IMAS procura reestruturar processos administrativos. Contudo, a falta de uma solução imediata compromete diretamente os cuidados essenciais para os usuários do sistema. 

Cenários futuros

Embora o presidente do IMAS projete uma série de melhorias estruturais, incluindo a implementação de um sistema de gestão informatizado em parceria com a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICTEC), ele admitiu que os resultados dessas iniciativas levarão tempo. Até lá, a incerteza continuará sendo um obstáculo diário para as famílias que dependem do Instituto.

Para o HIC, a expectativa é de que as autoridades tomem medidas concretas para resolver a questão. “O Governo muda, mas a mentalidade dos que passam pelo órgão mantém as velhas práticas. Definitivamente, me parece um caso sem solução. Falta continuidade de gestão. Dentro do IMAS não existem processos adequados à complexidade do plano”, declarou Coelho.

Leia também:

Defesa Civil identifica áreas de risco em Goiânia com possibilidade de desocupação de famílias

Nárcia Kelly é apresentada como presidente do GoiâniaTur e anuncia plano diretor para o turismo

O post “Não existe data”, diz presidente do IMAS sobre pagamento de débitos acumulados com o Hospital Infantil de Campinas apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.