Mané Garrincha e a balada n° 7 de Moacyr Franco

Minha mãe é fã do Moacyr Franco. Lembro dela ouvindo no toca fica do carro um K7 com músicas dele. Uma delas era “Balada nº 7 (Mané Garrincha), uma homenagem ao anjo das pernas tortas.

“Hoje outros craques repetem as suas jogadas
Ainda na rede balança seu último gol
Mas pela vida impedido parou
E para sempre o jogo acabou
Suas pernas cansadas correram pro nada
E o time do tempo ganhou
Cadê você, cadê você, você passou
O que era doce, o que não era se acabou
Cadê você, cadê você, você passou
No vídeo tape do sonho, a história gravou”

Garrincha fez história no futebol. Driblava os adversários, seu corpo ia para um lado enquanto o oponente se perdia sem saber para onde ele passou com a bola. Era bonito vê-lo jogar. Juntamente com Pelé, Garrincha ganhou a Copa de 1958, na Suécia. Quatro anos depois, no Chile, com Pelé contundido, Garrincha bailou no bicampeonato mundial. Quando não estava na seleção, ele brilhava no Botafogo. Garrincha foi várias vezes o personagem das colunas de Nelson Rodrigues.

Se no campo era brilho e aplauso, na vida pessoal, Garrincha não conseguia dar um drible nos problemas com o álcool, no casamento, nas finanças. A Mangueira o homenageou no carnaval de 1980. Sentado no carro alegórico com um olhar perdido, o craque não tinha nem forças para pedir socorro. Em 20 de janeiro de 1983, Garrincha morreu. Seu corpo foi velado no Maracanã, palco de tantas glórias.

Talvez, naquele carnaval, Garrincha lembrava dos versos que Moacyr Franco escreveu para ele, em 1971:
“Ergue os seus braços e corre outra vez no gramado
Vai tabelando o seu sonho e lembrando o passado
No campeonato da recordação faz distintivo do seu coração
Que as jornadas da vida, são bolas de sonho
Que o craque do tempo chutou”

O post Mané Garrincha e a balada n° 7 de Moacyr Franco apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.