5ª Conferência do Meio Ambiente de Goiânia discute soluções para enfrentar a crise climática na capital

A capital sediou a 5ª Conferência do Meio Ambiente de Goiânia, iniciada nesta quinta-feira, 23, reafirmando o compromisso no combate à crise climática. Durante o evento, que prossegue até esta sexta-feira, 24, representantes da sociedade civil e do poder público se reuniram no Plenário Ipê, no Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, para debater políticas públicas em torno do tema “Emergência Climática – O Desafio da Transformação Ecológica”. Com mais de 200 participantes inscritos, a conferência apresentou como meta a formulação de propostas em cinco eixos temáticos: mitigação, adaptação a desastres, transformação ecológica, justiça climática e governança com educação ambiental.

A abertura do evento contou com a presença da vice-prefeita de Goiânia, Coronel Cláudia, e da presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Zilma Peixoto. Ambas reforçaram a importância da conscientização coletiva e da mobilização local para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. “A emergência climática é uma realidade que exige transformações no comportamento individual e coletivo. Precisamos repensar nossa relação com os recursos naturais e com o meio ambiente, alinhando nossas ações aos objetivos globais de sustentabilidade”, destacou Coronel Cláudia, em entrevista ao Jornal Opção.

Um olhar atento às urgências climáticas

No decorrer da conferência, grupos de trabalho foram organizados para debater soluções concretas com base no documento-base da Conferência Nacional do Meio Ambiente. Esses debates têm como finalidade identificar as prioridades locais e regionais, levando em consideração a complexidade dos impactos climáticos no território goiano.

A programação inclui uma dinâmica: após as discussões em grupo, os participantes apresentam até duas propostas por eixo temático na plenária final. As ideias selecionadas serão encaminhadas à etapa estadual, onde serão refinadas para integrar o plano nacional de mudanças climáticas. “A troca de experiências entre diferentes municípios é fundamental para criar uma base sólida de políticas públicas eficazes. Goiás conseguiu mobilizar mais de 50 cidades, e isso demonstra o engajamento local diante dessa emergência global”, ressaltou Natalia Brito, representante das mudanças climáticas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

De Goiânia para o cenário nacional

As propostas geradas em Goiânia se somarão às das demais conferências realizadas nos municípios goianos. A próxima etapa está marcada para os dias 13 e 14 de março, durante a Conferência Estadual, quando delegados eleitos representarão suas cidades para defender as deliberações locais. Natalia Brito explicou que, nessa fase, os debates permitirão a escolha de até 20 propostas para integrar a pauta da Conferência Nacional, a ser realizada em maio.

A vice-prefeita Coronel Cláudia destacou iniciativas já em andamento na capital, como o plano diretor de drenagem urbana e o monitoramento dos pontos críticos de alagamento, especialmente na Marginal Botafogo. “Goiânia se compromete a enfrentar essa crise de forma preventiva e educativa, evitando erros históricos de impermeabilização excessiva do solo, como em São Paulo. Precisamos preservar e recuperar nossas áreas degradadas com um planejamento mais estratégico”, enfatizou.

Justiça climática

Além das discussões técnicas, a conferência também trouxe à tona a relevância da justiça climática, um tema prioritário no cenário global. Representantes comunitários reforçaram a necessidade de um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, garantindo que as populações mais vulneráveis tenham voz ativa nas decisões.

Outras propostas recorrentes incluem o fortalecimento das brigadas comunitárias contra incêndios, medidas de drenagem urbana para mitigar enchentes e políticas para recuperação de áreas verdes. Esses aspectos são frequentemente apontados como fundamentais pelos participantes, que destacam a urgência de políticas públicas acessíveis para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Sustentabilidade começa em casa

A conferência enfatizou a importância da colaboração entre poder público e sociedade civil para a construção de um futuro sustentável. De acordo com Coronel Cláudia, o envolvimento da população começa por pequenas mudanças no cotidiano. “Muitas vezes não percebemos o impacto que nossas ações individuais têm no cenário maior. Reduzir o uso de energia, evitar desperdícios e adotar práticas mais sustentáveis são passos simples, mas que somados geram grandes resultados”, afirmou.

Zilma Peixoto também destacou a necessidade de educar as futuras gerações sobre a importância da preservação ambiental. “A transformação ecológica passa, obrigatoriamente, pela educação. Só assim conseguiremos mudar comportamentos e garantir que Goiânia seja um exemplo para outras capitais”, disse ao Jornal Opção.

A ampliação de ecopontos na cidade, mencionada como uma estratégia de proximidade com a população, busca facilitar o descarte correto de resíduos, reduzindo os impactos ambientais. Zilma reforçou que, embora a prioridade seja a educação ambiental, medidas punitivas serão aplicadas quando necessário. “A gente espera avançar na educação para não ter que experimentar a dor. Mas se ela for necessária, as nossas legislações nos permitem, e é obrigação do Poder Público de cuidar e atuar para que isso não aconteça”, afirmou.

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