Análises feitas a partir de pesquisas qualitativas e quantitativas indicam que o quadro para a disputa da Prefeitura de Goiânia nunca esteve tão aberto. Há três pré-candidatos no pelotão de frente — Adriana Accorsi, do PT, Gustavo Gayer, do PL, e Vanderlan Cardoso, do PSD —, mas estão todos embolados. Ninguém deslancha. Quer dizer, não pode se falar em favorito ou favoritos. Qualquer um pode levar e qualquer um pode ser alcançado pelo pelotão de trás e, até, por quem nem aparece, mas pode aparecer, como pré-candidato.
Como se sabe, Iris Rezende era um dos políticos mais identificados com Goiânia, tanto que nunca perdeu uma eleição para prefeito. Falecido em 9 de novembro de 2021, há dois anos e alguns meses, seu nome continua bem lembrado pelos eleitores goianienses. Numa pesquisa, encomendada por um empresário, estimulados por uma pergunta, os eleitores disseram que a capital precisa de um “novo Iris”. Entre os atuais pré-candidatos nenhum foi identificado como o “novo Iris”.
Por que o nome de Iris Rezende continua tão forte no imaginário dos eleitores goianienses? Eles dizem, numa linguagem popular, que o líder emedebista “não deixava a peteca cair”. Isto significa o quê? Cidade limpa. Funcionários públicos e fornecedores pagos em dia. Manutenção da qualidade dos serviços. Obras iniciadas e terminadas. Autoridade moral. Os eleitores reclamam que a saúde não era perfeita, mas é o único problema — “grave” — apontado nas gestões do goiano de Cristianópolis que se tornou cidadão goianiense. De tão identificado com a cidade, nasceu em 1933, o ano da fundação da capital.
Se o nome de Iris Rezende continua firme no inconsciente dos eleitores goianienses, há alguma possibilidade de uma de suas filhas, Ana Paula Rezende, do MDB, ser candidata a prefeita? Tudo indica que há. Ela pode ser apresentada e, sobretudo, vista como representante do legado do pai. A jovem advogada tem conversado com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil)… e sobre candidatura.
Ana Paula Rezende aprecia política, entende bem do assunto. Mas, de acordo com um líder da base, precisa demonstrar que gosta e precisa dos políticos. “Veja-se o caso do presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto. Ele aprecia os políticos, sabe dialogar com todos, de quaisquer correntes ideológicas, e por isso é um nome que não hesitariam em apoiar para prefeito”, afirma um governista bem-posicionado.
“Ana Paula, até por ser filha de Iris Rezende, um ícone de Goiânia, que sabia trafegar entre as classes sociais, como se fosse membro de todas, tem chance de ser candidata e, inclusive, ser eleita. Ouço que está voltando ao jogo. Mas ela fala, fala e não decide. Se quiser mesmo ser candidata, como estão dizendo, precisa reunir o meio político, a gigante base governista, e dizer claramente qual é seu projeto eleitoral. Mas é certo que ela só não será candidata se não quiser. Todos os partidos querem Ana Paula, porque sabem que ela tem chance de ganhar e, sobretudo, de contribuir para a eleição de vários vereadores. Por fim, resta saber se ela quer mesmo assumir a responsabilidade de uma candidatura”, afirma um ex-deputado federal.
Se Ana Paula Rezende entrar no jogo, como candidata a prefeita, o que se fará com Jânio Darrot? “Jânio Darrot não está descartado como candidato, até porque se trata de um bom nome. Ana Paula poderia ser sua vice? É provável. Jânio também poderia ser o vice de Ana Paula? Também é possível”, sugere um outro governista, igualmente bem-posicionado.
Ao voltar da viagem de Israel, o governador Ronaldo Caiado dará continuidade às articulações em Goiânia, Aparecida e Anápolis. Ele já se decidiu por Ana Paula Rezende? De acordo com duas fontes, ainda não. Porque precisa, em primeiro lugar, que a filha de Iris Rezende se mostre realmente disposta a ser candidata. Há outros nomes no jogo? Fala-se no senador Wilder Morais. Porém, seu partido, o PL, já tem um pré-candidato — o deputado federal Gustavo Gayer, que aparece bem nas pesquisas de intenção de voto. (E.F.B.)
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