Um dos primeiros sinais de Alzheimer pode surgir aos 40 anos; saiba identificar

O Alzheimer, a forma mais comum de demência neurodegenerativa, é uma doença que afeta principalmente pessoas idosas, com incidência mais frequente após os 65 anos. Contudo, casos raros podem apresentar sinais da doença em faixas etárias mais jovens, caracterizando o chamado Alzheimer precoce. Segundo o Ministério da Saúde, essa condição pode surgir a partir dos 50 anos e, em situações ainda mais incomuns, já na casa dos 40 anos.

Estudos recentes, como o publicado em fevereiro de 2024 por pesquisadores da University College London, no Reino Unido, apontam que dificuldades de locomoção podem ser um dos primeiros sinais do Alzheimer precoce. A perda de orientação ao caminhar e a dificuldade em compreender o espaço são indicativos importantes, podendo surgir anos ou até décadas antes dos sintomas clássicos, como a perda de memória. Essa descoberta abre caminho para diagnósticos mais precoces, permitindo intervenções antecipadas.

Os cientistas utilizaram capacetes de realidade virtual para testar habilidades de orientação em indivíduos com maior risco de demência. Os resultados mostraram que aqueles predispostos ao Alzheimer apresentaram desempenhos significativamente inferiores, destacando a importância da orientação espacial como um marcador precoce da doença.

A identificação antecipada dos sinais do Alzheimer é um divisor, uma vez que a doença não possui cura. No entanto, existem tratamentos que podem retardar seu avanço. Recentemente, drogas como o lecanemab e o donanemab mostraram-se eficazes nos estágios iniciais da doença. Esses medicamentos atuam na eliminação de aglomerados tóxicos de amiloide, conhecidos como “placas senis”, que são características patológicas do Alzheimer. Apesar do potencial, os efeitos colaterais, como a redução do volume cerebral, ainda são motivo de preocupação e requerem mais estudos para avaliação completa dos benefícios.

Com base nessas descobertas, os pesquisadores estão desenvolvendo ferramentas de diagnóstico que possam detectar o Alzheimer em estágios iniciais. O objetivo é proporcionar diagnósticos mais precisos e oportunos, oferecendo melhores perspectivas de tratamento para os pacientes.

Os sintomas do Alzheimer precoce não diferem substancialmente dos observados na doença de início tardio, mas podem se manifestar de forma distinta em indivíduos mais jovens. Entre os sinais iniciais mais comuns estão problemas de memória que afetam atividades diárias e o desempenho no trabalho, dificuldade para realizar tarefas habituais, desorientação no tempo e no espaço, e alterações de humor e comportamento.

Outros sintomas incluem dificuldade de comunicação, onde as palavras “fogem” durante uma conversa, diminuição da capacidade de julgamento e crítica, dificuldade de raciocínio, mudanças na personalidade e perda de iniciativa para realizar atividades cotidianas.

À medida que a doença progride, funções mentais como linguagem, orientação espacial, pensamento lógico e regulação das emoções são afetadas. Em estágios avançados, surgem prejuízos motores, dificultando a capacidade de ficar em pé, caminhar, engolir e controlar o esfíncter, tornando o paciente totalmente dependente de cuidados.

Embora o Alzheimer em si não seja fatal, suas complicações podem levar à morte. O intervalo entre os primeiros sinais de perda de memória até a fase mais avançada da doença pode variar de dez a quinze anos, destacando a importância de um diagnóstico precoce para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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