Saiba o que é a ecoansiedade e como novo problema de saúde mental tem impactado pessoas em todo o mundo

A “Ecoansiedade” vem crescendo no mundo todo. O fenômeno define a “ansiedade climática” e foi incluído no dicionário de Oxford. Ela consiste no “medo crônico da catástrofe ambiental“, de acordo com a Associação Americana de Psicologia.

O fenômeno abala a saúde mental de seus portadores, principalmente por conta das consequências do aquecimento global, como queimadas, furacões ou descongelamento dos polos.

O psicólogo e psicanalista Francisco Nogueira, membro do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, relata que “nos consultórios esses temas aparecem carregados de muitos conflitos e recusa, assim como fatalismo, melancolia e sentimentos de medo, ansiedade e desamparo”. E alerta para o crescimento do número de jovens e adultos que afirmam que uma das principais razões para não quererem ter filhos está relacionada ao agravamento da precarização das condições de vida que a degradação ambiental acarreta.

O transtorno seria “uma resposta psicológica à mudança climática, como conflito, recusa, fatalismo, medo, desamparo e resignação.”

A ecoansiedade se distingue de outros transtornos psíquicos por ser um sofrimento experienciado mesmo por quem nunca enfrentou secas, enchentes, nevascas, queimadas ou qualquer outro tipo de ocorrência derivada do acirramento das condições climáticas.

Para o psicólogo, a mera percepção de que existe um crescimento do número de queixas relacionadas às preocupações com as condições ambientais já é, em si mesma, a evidência de um diagnóstico social importante.

Segundo pesquisa publicada pela revista The Lancet Planet Health, 59% se diziam muito ou extremamente preocupados com as mudanças climáticas; 89% estavam, pelo menos, moderadamente preocupados. Mais de 50% dos entrevistados relataram cada uma das seguintes preocupações: tristeza, ansiedade, raiva, impotência, impotência e culpa. Mais de 45% dos entrevistados disseram que os seus sentimentos sobre as alterações climáticas afetaram negativamente a sua vida diária.

De acordo com Francisco, em alguns casos, o envolvimento com atividades sociais relacionadas ao cuidado do meio ambiente ajuda a reduzir significativamente o sofrimento e a ansiedade associados. “Há uma sensação de que os sonhos estão interditados e de que o futuro é uma ameaça. Por isso, o tratamento psicológico precisa ajudar o indivíduo a se reconectar, e a se manter conectado, com a vida e a com motivação para seguir lutando por ela em todas as suas formas”.

“Neste sentido, nós brasileiros ocupamos um lugar muito importante para a preservação da vida no mundo. Preservar a vida física assegurará não apenas a nossa sobrevivência, mas também será um princípio garantidor da nossa vida psíquica.”, completa.

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