Os EUA de Trump destroem a história americana, e a Europa precisa se reerguer

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, os Estados Unidos emergiram com a busca pela posição de “guardiões do mundo”. Os americanos promoveram um modelo econômico e político baseado na democracia liberal e no capitalismo, além de ajudarem na criação de acordos e instituições internacionais.

Os EUA levaram décadas para estabelecer esse modelo, mas, ao longo desse tempo, lideraram a criação de instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Essas ações não visavam apenas a segurança nacional, mas também garantir a estabilidade econômica global de forma favorável aos seus interesses.

Ao mesmo tempo, os americanos desempenharam um papel central na criação de vários acordos e alianças com o objetivo de garantir a segurança global, promover a democracia e conter o avanço do comunismo durante a Guerra Fria. A própria Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é um exemplo, assim como acordos de defesa bilateral com diversos países, incluindo Japão, Coreia do Sul e Filipinas, além de tratados contra a proliferação de armas nucleares.

Entretanto, essa rede de alianças e influência política e militar, construída ao longo de décadas, pode ser desmantelada em um segundo mandato de Donald Trump. Quebrar a promessa de ajudar a Ucrânia contra a invasão russa foi uma das primeiras “trapalhadas” do chefe de Estado americano, mas outras ainda piores podem estar a caminho.

Se depender de Trump e o seu consigliere Elon Musk (Comissário do Departamento de Eficiência Governamental), os EUA sairiam da Otan e da ONU ainda. Algo que seria extremamente danoso para instituições internacionais e que pode exacerbar as tensões mundiais. Nações rivais da Otan pode aproveitar o momento “caótico” para escalar em conflitos pelo planeta, como a própria Rússia na Ucrânia.

Até o momento, a administração de Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, um tratado internacional que visa limitar o aquecimento global, além de ter retirado o país do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

“Império” pode ser destruído?

Ou seja, o “império” que os EUA construíram ao longo de décadas pode ser destruído por mero capricho de um presidente. Os Estados Unidos podem passar de “bastião” da paz para uma nação isolada, dominada pela “alt-right”, uma direita política manipulada pelo propagandismo russo. Hoje, nenhum aliado dos americanos confia no apoio do país nos acordos tratados.

Como resposta ao movimento de Trump, a Europa, mais do que nunca, precisa se afastar da dependência dos EUA. Uma situação que parece estar ocorrendo, embora de forma lenta. Mais do que nunca, ficou evidente que Trump atuou como um “aliado” de Vladimir Putin, presidente da Rússia, desempenhando um papel que o posiciona como um “peão” em sua gestão.

A “reunião”, que foi mais uma armadilha para Trump e seu vice, J.D. Vance, tentarem humilhar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é um sinal para os países europeus. E esse sinal parece ter sido captado, já que, pelo menos nas redes sociais, diversos líderes repudiaram as ações de Trump e expressaram apoio aos ucranianos.

No sábado, 1º, Zelensky foi recebido por Keir Starmer, líder da oposição do Reino Unido, o rei Charles III e outros aliados europeus. Os britânicos também anunciaram um novo acordo de empréstimo no valor de US$ 2,8 bilhões para permitir que os ucranianos comprem até cinco mil mísseis de defesa aérea.

No entanto, os ucranianos precisam de mais, e os europeus também devem deter o expansionismo russo a todo custo. Hoje é a Ucrânia, mas amanhã pode ser a Polônia, depois a Alemanha e a França sendo invadidas. Ou seja, é vital parar Putin o quanto antes.

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