“Suicídio” das direitas em Anápolis pode eleger Antônio Gomide para prefeito

“Se Hitler invadisse o inferno, eu cogitaria uma aliança com o diabo.” — Winston Churchill, primeiro-ministro da Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial

Há uma guerra em curso na política de Anápolis. Mas não entre direita e esquerda.

A guerra está se dando entre as direitas. Enquanto se atacam, o deputado Antônio Gomide (PT) corre sozinho, na pista, sem concorrentes efetivos, na disputa pela Prefeitura de Anápolis.

A eleição será disputada daqui a seis meses (está se referindo ao dia da eleição, e não à campanha). Antônio Gomide pode ser eleito no primeiro turno. O motivo é prosaico: não tem, ao menos até agora, um candidato competitivo. Ninguém polariza com ele.

As direitas têm dois nomes: Márcio Corrêa, do MDB, e Márcio Cândido, do PSD. O primeiro é ligado ao vice-governador Daniel Vilela. O segundo é apadrinhado pelo prefeito Roberto Naves (Republicanos).

Márcio Cândido: pré-candidato a prefeito de Anápolis | Foto: Reprodução

No momento, Márcio Corrêa e Márcio Cândido brigam pelo controle do PL. Ambos acreditam que aquele candidato que conquistar o apoio de Jair Bolsonaro, pois é disso que se trata — o PL é um mero detalhe —, será eleito prefeito de Anápolis. (Na luta “por” Bolsonaro, Márcio Corrêa conta com o apoio do ex-deputado federal Major Vitor Hugo, o primeiro-amigo do ex-presidente em Goiás. Já Márcio Cândido conta com o apoio de vários pastores, como Oídes José do Carmo e José Clarimundo, e do senador Wilder Morais, presidente estadual do PL. Fica-se com a impressão de que não estão levando em consideração que o maior general na disputa de Anápolis pode acabar sendo o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil.)

O dado da eleição de 2022 indica que Márcio Corrêa e Márcio Cândido têm razão ao disputar o PL, quer dizer, Bolsonaro. Na eleição de 2022, para presidente da República, Bolsonaro obteve 70,59% dos votos Anápolis. Lula da Silva ficou com 29,41%. No segundo turno.

Antônio Gomide: guerra entre as direitas é cabo eleitoral do petista | Foto: Divulgação

Mas, enquanto brigam por Bolsonaro-PL, as direitas descuidam-se do essencial: de operar uma estratégia para reduzir a força de Antônio Gomide. Ou será que as duas direitas — a de Márcio Corrêa e a de Márcio Cândido — preferem uma vitória do petista à vitória de um postulante da direita? É o que parece.

De alguma maneira, pode-se sugerir que as direitas anapolinas têm vocação para o suicídio político. Até porque, se for eleito, Antônio Gomide tende, com o controle da máquina — e, frise-se, é um gestor eficiente — a ser reeleito.

Roberto Naves rejeita Márcio Corrêa de maneira peremptória e vice-versa. Como tais, não ouvem nem seus líderes — o governador Ronaldo Caiado, do primeiro, e o vice-governador Daniel Vilela, do segundo. Quer dizer, a política de grupo parece que não interessa a nenhum deles.

Diz-se que a possibilidade de dois candidatos da direita é importante para levar a disputa para o segundo turno. Tem lógica, é claro. Mas, se as direitas estão se devorando, e mesmo antes do primeiro turno, como vão se unir na hipótese de segundo turno?

O mais provável é que, se Marcio Corrêa for para o segundo, o grupo de Roberto Naves fique neutro ou, mesmo, apoie Antônio Gomide, às claras ou nos bastidores. Se Márcio Cândido for para o segundo turno, a tendência é que Márcio Corrêa não o apoie.

Então, só um político realmente está ganhando — e pode ganhar muito mais. Trata-se de Antônio Gomide — que navega em céu de brigadeiro. (E.F.B.)

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