5 escritores de Goiás que são gênios literários e (e o mundo) precisa descobrir

1

Ademir Luiz/Prosador e crítico

O professor-doutor da Universidade Estadual de Goiás é um polímata que escreve bem sobre qualquer assunto. Dizem que tem poemas guardados na gaveta, mas não admite. Na verdade, é um prosador de primeira linha — desses que divertem e, até, instruem seus leitores. Seu romance “Hirudo Medicinalis” seria lido por Laurence Sterne e Machado de Assis com lágrimas nos olhos, não de tristeza, e sim de contentamento. O livro pode ser encomendado no Estante Virtual. Na Amazon aparece o divertido e inteligente “Dicionário Cínico das Palavras da Moda”. Ademir Luiz é, também, um crítico literário de primeira linha.

2

Edival Lourenço/Poeta e prosador

O escritor é aquele jogador polivalente que joga bem em todas as posições. É poeta fino e brilha como prosador. “Naqueles Morros, Depois da Chuva” é um romance notável. Os portugueses deveriam publicá-lo. A história tão bela quanto bem elaborada contém um roteiro — ou mais de um — para cinema. Pode-se sugerir que a prosa de Lourenço ajuda a compreender a história de Goiás e, portanto, do Brasil. O livro pode ser encontrado no site das livrarias, como a Amazon. É diamante para os melhores cérebros.

3

Pio Vargas/Poeta

Conhecido como “Rimbaud dos trópicos”, morreu aos 26 anos, de uma overdose de cocaína. Deixou uma poesia ímpar, conectando deboche e linguagem tão precisa quando, paradoxalmente, enviesada. O poeta Paulo Leminski constava entre seus eleitores. A capa de sua “Poesia Completa” (tour de force do barbo Carlos Willian) aparece no site da Amazon, mas o livro não está disponível. Corra para o Estante Virtual. Tu, diria Erico Verissimo, não vai se arrepender. Os portugueses, se conhecerem, vão se apaixonar.

4

Solemar Oliveira/Prosador

Físico por formação, com doutorado — é professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) —, Solemar Oliveira é desses prosadores naturais, não artificiosos, tal sua facilidade para manejar a língua, dando-lhe um espírito, por assim dizer, dançante e musical. Vale começar a leitura de sua obra pelo livro de contos “As Casas do Sul e do Norte”. Há contos tão bons que o leitor fica a pensar: por que não transformá-los em romance? Na Amazon é apresentado corretamente: alguns dos contos “possuem uma profundidade telúrica e uma dignidade épica que ecoam muito além das páginas. Outros criam labirintos referenciais, homenageando a literatura, os escritores e até os vinhos. Seus personagens vivem em um frágil equilíbrio entre o fatalismo de suas limitações e a necessidade de agir em um mundo quase sempre improvável e adverso, tornando cada narrativa uma reflexão sobre as forças que moldam a existência”. Não postule que se trata de Valter Hugo Mãe melhorado.

5

Yêda Schmaltz/Poeta

A poeta merece um lugar ao lado de Cecília Meireles e Adélia Prado. O que falta à sua poesia não é qualidade ou refinamento. O que falta mesmo é fortuna crítica. Escreveu vários livros mas, fora as excelentes pesquisas de dois mestres universitários — Darcy Denófrio (por sinal, poeta do time titular) e Paulo Antônio Vieira Júnior —, há poucos estudos sobre seus trabalhos. Yêda Schmaltz parecia examinar a realidade com microscópio, tal sua precisão ao atrai-la para sua poesia. Seu diálogo com a mitologia grega, espécie de mimesis, é extraordinária. É como se criasse uma nova mitologia. Falta reunir a crítica literária escrita por la Schmaltz, que era uma sensibilidade artística rara (entendia muito sobre artes plásticas).

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