Saiba por que tenho inveja do milagre argentino criado por Javier Milei

Como ser humano, com suficiente autocrítica, tenho consciência das minhas imperfeições. Algumas delas consigo amenizar; outras, nem tanto. Entre as imperfeições só uma virtude sobreviveu: a ausência do sentimento de inveja.

Ao notar uma virtude ou qualidade em alguém, a minha reação nunca foi de inveja, mas de admiração. Aquilo que não consigo ter ou fazer, por limitações mentais ou físicas, provoca em mim respeito por quem consegue. Sou um entusiasta do sucesso alheio. Sei que as suas contribuições fazem o mundo melhor.

Nunca fui tentado a disputas de aparência pessoal, de inteligências superiores, de cultura enciclopédica, e, menos ainda, da posse bens materiais. Os símbolos de status — carros de luxo, recantos de milionários, objetos de grife — vejo como as penas de um pavão. Embelezam, mas só engalana o próprio.

Sempre, mesmo quando era pobre e agora pertencendo à classe média, nunca me senti diminuído na minha alta estima ao saber o que outros têm a mais. Acima de tudo fui inoculado com a vacina que estimula o respeito ao mérito alheio. Nunca quis nada que não fosse fruto do meu esforço.

Ademais, tenho como ideia de que ser rico não é a posse de muito, mas a satisfação com o que se tem. Esta predisposição é a razão da minha felicidade.

Em leitura que influenciou o meu desprendimento está o livro do economista e sociólogo americano Thorstein Veblen (1857/1929 ), um clássico da economia social — “A Teoria da Classe Ociosa”. A sua tese do consumo conspícuo é uma crítica ao consumismo e à ostentação.

Veblen fez uma análise da relação entre a classe social e o comportamento humano, que fez deste uma referência.

Na minha longa existência, como todos, tive que fazer escolhas. Uma delas foi optar entre duas alternativas: ter ou ser. Escolhi aquela mais compatível com as minhas crenças e natureza.

Constatei na minha vivência que os que escolhem ter como objetivo de vida, por mais que tenham, nunca se satisfazem. A ambição, quando se instala em um indivíduo, não conhece limites.

Ao contrário, os que têm como desejo ser, se conseguem o próprio respeito, não sofrem de frustrações. Cada um é um ser especial e único. Daí a causa da ausência de inveja.

A minha decantada ausência da inveja, este meu último bastião de virtude acaba de cair. Fui vencido, estou tomado deste sentimento. Em vez de evoluir, estou como ser humano involuindo. E o pior é que estou gostando de ser invejoso.

A causa da minha queda no pecado da inveja é a Argentina. Se antes o nosso sentimento com relação aos argentinos era de inconformismo com a degradação econômica daquela que esteve entre as mais ricas nações do mundo, daquela que surgia em nossa mente como uma possibilidade que ameaçaria o nosso futuro, hoje, é de inveja e admiração.

Tenho inveja do futuro que espera aquele país com o abandono das equivocadas políticas dos peronistas. Não por menos fala-se no Milagre Argentino depois dos resultados da gestão competente do presidente Javier Milei, em um ano e pouco.

Com razão, Milei recusa a adjetivação dos seus excelentes resultados — considerados impossíveis — como um milagre. Postula o presidente argentino: “Não é milagre, mas simplesmente seguir as boas medidas que já provaram dar certo”.

Realmente, milagre é efeito sem causa. No caso do atual governo argentino a causa das causas é a sua devoção à liberdade. Em clima de liberdade a sociedade faz milagres. Esta é a causa do sucesso de Milei.

Não só pelo que realizou neste ano de governo, mas como inspirador em nível internacional do respeito aos direitos fundamentais do cidadão, o seu declarado amor à liberdade e a meta fazer da Argentina o país mais livre do mundo, é de fazer inveja até para alguém, como eu, que nunca invejou ninguém.

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