Sindicato de Bancários critica compra do Banco Master pelo BRB

O Sindicato dos Bancários de Brasília manifestou, no domingo, 30, sua “profunda preocupação” com a aquisição de uma participação significativa do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em um negócio estimado em R$ 2 bilhões. A operação, anunciada na última sexta-feira, 28, tem gerado repercussão no mercado, principalmente devido ao crescimento acelerado do Banco Master e às dúvidas sobre a regularidade de suas operações.

O BRB, que é controlado pelo governo do Distrito Federal, adquiriu 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais (sem direito a voto) do Banco Master. O sindicato questiona a responsabilidade do banco estatal na realização da operação, considerando que ela pode envolver “gestão temerária”, com riscos ao patrimônio público e à economia do DF.

Nos últimos anos, o Banco Master teve um crescimento significativo, multiplicando seu patrimônio por dez e ampliando sua carteira de crédito cinco vezes. Esse aumento foi impulsionado pela oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas muito superiores às do mercado, chegando a 140% do CDI. A agressividade dessas taxas gerou críticas, principalmente pela possibilidade de estar atraindo investidores em condições arriscadas.

Além disso, o Banco Master já esteve no centro de polêmicas envolvendo suas práticas. O Banco Central (BC) foi alertado sobre operações fora dos padrões bancários tradicionais, incluindo investimentos em empresas com dificuldades financeiras e uma concentração de sua carteira em precatórios, títulos relacionados a disputas judiciais com recuperação incerta. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também observou que essa concentração de ativos aumenta a falta de liquidez do banco, intensificando os riscos da transação.

Em resposta, o BRB defende a aquisição, argumentando que a operação será finalizada somente após a conclusão de uma análise detalhada dos ativos e passivos do Banco Master. O banco público afirma que todas as condições estabelecidas para o negócio estão sendo cumpridas e que, uma vez finalizada a diligência, a compra será concretizada.

Embora o BRB justifique a operação, o Sindicato dos Bancários de Brasília levanta preocupações sobre os impactos dessa aquisição no longo prazo, tanto para a gestão do banco público quanto para a economia do Distrito Federal. O cenário gerado por essa transação, envolvendo um banco privado em ascensão com práticas consideradas arriscadas, ainda suscita uma série de questionamentos no mercado financeiro, aguardando-se mais informações sobre o desenrolar do processo.

Leia também: Banco de Brasília compra Banco Master por R$ 2 bilhões

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