31 de março e 8 de janeiro: duas datas que não podem ser ignoradas

O dia 31 de março de 2025 marca o aniversário de 61 anos do golpe militar de 1964, uma história que deveria ter sido apreendida, mas que quase se repetiu. Entre 2022 e 2023, setores das Forças Armadas e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articulavam uma forma de retomar o poder. Essa situação culminou, por exemplo, nos ataques do 8 de janeiro de 2023, com a invasão à sede dos Três Poderes.

Com mais um aniversário do Golpe de 1964 e o julgamento de Bolsonaro pela tentativa de mais uma “virada de mesa”, não se pode mais silenciar. Segundo o jornal Folha de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os comandantes das Forças Armadas têm “ignorando” a data. Essa estratégia vem sendo adotada desde 2023, quando o atual chefe de Estado assumiu seu novo mandato.

Haveria um esforço do ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e as Forças Armadas, em um acordo que prevê o silêncio para evitar desgastes com o presidente. Por outro lado, o Clube Militar deve realizar um almoço comemorativo ao que chamam de “movimento democrático do dia 31 de março”. Lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) devem comparecer em um evento em São Paulo a respeito do Golpe de 1964.

No entanto, essa estratégia pode causar “esquecimento” dos eventos ocorridos no dia 31 de março de 1964 e até do dia 8 de janeiro de 2023. Esses acontecimentos precisam ser lembrados e marcados para que não ocorra mais tentativas de golpe ou ditaduras no país.

Há quem diga que não é possível comparar o 8 de janeiro com o 31 de março, mas as duas situações têm semelhanças. Ambos episódios mobilizaram setores militares e contaram com o apoio da parcela mais conservadora da sociedade. Além disso, ambos tinham como objetivo a remoção do presidente eleito com apoio das Forças Armadas.

A tentativa de golpe que resultou nos eventos de 8 de janeiro de 2023 teve planejamento e documentos comprovando. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda apontou que havia um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi batizada de “Operação Punhal Verde e Amarelo”.

Inclusive, a conhecida “minuta do golpe” detalhava o plano para derrubar o atual governo. O documento também descrevia como os golpistas planejavam influenciar as Forças Armadas e criar um clima de instabilidade política e social no país. Além de questionar a legitimidade das eleições presidenciais de 2022.

Entre as diferenças, podemos ressaltar que uma das situações foi bem-sucedida enquanto a outra não. Por isso, para evitar novos riscos e tentativas de tomada de poder, essas datas não podem ser silenciadas e precisam ser mantidas em evidência durante os aniversários dos eventos.

Por isso, a importância de filmes como “Ainda Estou Aqui”, premiado como melhor filme estrangeiro no Oscar, que resgatou uma história trágica da Ditadura Militar e impediu que fosse apagada. Ao mesmo tempo, o longa-metragem trouxe reflexões importantes sobre esse período na história do Brasil.

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