Greve na educação em Goiânia não está descartada, alerta presidente do Sintego

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), professora Bia de Lima, afirmou em entrevista ao Jornal Opção nesta segunda-feira, 31, que uma greve pode ser deflagrada caso a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia não atenda às reivindicações da categoria. “Greve é um instrumento que nenhum sindicato abre mão. Contudo, estamos tentando resolver sem precisar chegar a esse ponto”, destacou.

Segundo Bia de Lima, o sindicato tem dialogado com a secretária de Educação, Geselle Faria, e com o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), mas ainda não obteve respostas concretas. Como forma de pressionar a administração municipal, o Sintego realizará uma manifestação no próximo dia 10 em frente à sede da SME.

Ainda de acordo com Bia de Lima, será elaborado um calendário de atividades para a Semana Nacional em Defesa da Educação Pública, que ocorrerá de 22 a 28 de abril. O evento, promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entidade à qual o sindicato é filiado, contará com uma programação que integrará a pauta nacional às demandas específicas do município de Goiânia.

Assembleia debate reivindicações

Com a adesão de aproximadamente mil servidores, o Sintego promoveu uma assembleia na manhã desta segunda-feira, 31, para tratar de 16 pautas prioritárias, incluindo a situação do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS), o pagamento do piso salarial dos professores e a criação de um novo plano de carreira para os servidores administrativos da educação.

Bia de Lima enfatizou que a sobrecarga de trabalho tem adoecido professores e administrativos. “O aumento do número de alunos por turma, a falta de suporte para estudantes com deficiência e a excessiva burocracia têm levado a categoria ao limite”, afirmou. Segundo ela, muitas salas de aula são pequenas e sem ventilação adequada, tornando a situação ainda mais difícil.

A presidente do sindicato também criticou a resposta do poder público às demandas. “Conversamos duas vezes com o prefeito e com a secretária de Educação. Eles insistem que estão buscando saídas, mas, na prática, as soluções têm sido apenas superlotar as turmas, o que prejudica o trabalho nas escolas”, apontou. Quanto ao pagamento do piso salarial, ela afirmou que a gestão municipal prometeu pagar, mas sem indicar prazos.

Crise no IMAS e descontos indevidos

Outro ponto crítico abordado na assembleia foi a crise no IMAS. Bia de Lima relatou que se reuniu com o presidente do instituto, Paulo Henrique, que demonstrou preocupação com os atrasos nos repasses da prefeitura. “A situação é grave. Muitas unidades que prestavam atendimento estão fechando, e os servidores estão ficando sem assistência médica”, denunciou.

Ela também anunciou uma manifestação em frente ao IMAS no dia 4 de abril para cobrar soluções. “Queremos que o repasse seja feito diretamente na conta do IMAS. Do jeito que está, o instituto fica recebendo verbas a conta-gotas, o que prejudica o pagamento de serviços essenciais como oncologia e pediatria”, alertou. Segundo a presidente, Paulo Henrique inclusive espera uma visita do prefeito ao IMAS.

Além disso, o Sintego denunciou descontos indevidos nos contracheques dos servidores. Segundo a presidente, os cortes não são devidamente explicados e geram incerteza entre os trabalhadores.

Mobilização continua

A categoria segue em negociação com a prefeitura e, por ora, tenta avançar sem necessidade de greve. No entanto, Bia de Lima ressalta que, se não houver avanços, a paralisação será uma alternativa. “Queremos resolver as questões por meio do diálogo, mas, se for necessário, vamos recorrer à greve para garantir nossos direitos”, concluiu.

A reportagem entrou em contato com a secretária de Educação, Geselle Faria, mas, até o fechamento da matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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