Federação entre UB e PP tem maior aceitação dentro do Progressistas, mas resistência no União

O deputado estadual Virmondes Cruvinel (União Brasil) comentou sobre as articulações em torno de uma possível federação entre o União Brasil e o Partido Progressista (PP). Em entrevista ao Jornal Opção, o parlamentar destacou que o tema ainda está em discussão e que a resistência à ideia dentro do União Brasil é significativa.

“Estou indo para Salvador e, lá, talvez tenhamos um termômetro melhor sobre essa discussão”, afirmou Cruvinel. Segundo ele, o presidente estadual do PP, Alexandre Baldy, relatou que houve uma reunião com Ciro Nogueira (PP) e que, dentro da sigla, a ideia da federação foi bem recebida.

“Pelo que o Alexandre me disse, no PP, a aceitação é maior. Já no União Brasil, inclusive o governador, há uma resistência maior.” Para Cruvinel, um dos fatores que dificultam a federação é a posição política de setores do PP.

“Alguns quadros do PP têm uma linha mais central, que dialoga tanto com Bolsonaro quanto com o presidente Lula. Isso pode atrapalhar a construção da via do governador”, explicou. Apesar da divergência interna, Cruvinel destaca que, caso a federação ocorra, haveria benefícios na composição de chapas eleitorais.

“Para nós, no Legislativo, acaba sendo positivo, pois ampliaria as possibilidades de chapas mais competitivas, tanto para estadual quanto para federal”, argumentou. O parlamentar também reforçou que o União Brasil deve seguir a diretriz nacional do partido.

“A prioridade neste momento é a construção de alianças e a defesa de uma candidatura própria. O presidente nacional, Antônio Rueda, tem ressaltado que time que está jogando bem não se mexe”, concluiu.

O deputado federal Adriano do Baldy (PP) também comentou com a reportagem sobre as tratativas envolvendo a possível federação. Ele também afirmou que o tema ainda está em discussão e que não há definição concreta sobre o assunto.

“Estão acontecendo as tratativas, mas, por enquanto, é difícil dizer se vai acontecer ou não”, declarou o parlamentar. Questionado sobre como a eventual federação impactaria sua permanência no partido, Baldy afirmou que essa decisão dependeria da formação das chapas eleitorais.

“Eu sou candidato à reeleição, então preciso ver como a chapa será formatada. Se houver uma federação, quem estará na chapa? Isso é essencial para entendermos as oportunidades de disputa”, explicou.

O deputado ressaltou que sua prioridade é garantir uma candidatura viável dentro do processo eleitoral. “Vamos buscar um caminho que nos dê a oportunidade de disputar de igual para igual. Se a federação resultar em uma chapa forte, não haveria motivo para procurar outra alternativa”, avaliou.

Segundo Baldy, um dos principais fatores que podem influenciar na decisão é o coeficiente eleitoral. “Se for uma chapa capaz de fazer o coeficiente eleitoral, a chance de eleição aumenta em 80%”, destacou.

Apesar das incertezas, o deputado enfatizou que a prioridade no momento é aguardar as definições sobre a federação. “O mais importante é conhecer a chapa de cada um e entender onde poderemos ter a melhor oportunidade de disputar”, concluiu.

Outros parlamentares

O deputado estadual Talles Barreto (União Brasil), líder do governo na Assembleia Legislativa demonstrou ceticismo em relação à possibilidade de uma federação. Ao Jornal Opção ele afirmou que ainda não recebeu informações concretas sobre as negociações, mas adiantou que não considera a união benéfica para seu partido.

“Pela candidatura do nosso pré-candidato Ronaldo Caiado, essa unificação não seria interessante. O União Brasil é um partido forte, com grande peso dentro do Congresso e bem estruturado pelo Brasil inteiro. Eu não vejo essa junção como algo positivo”, opinou.

O deputado ainda ressaltou que para o PP pode ser algo positivo, mas que para o União Brasil não seria benéfico. Segundo Barreto, o União Brasil ocupa um espaço estratégico no cenário político nacional e pode enfrentar dificuldades caso a federação se concretize.

“Sabemos que o União Brasil é o maior partido de centro, juntamente com o PSD, e isso poderia dificultar a construção de um nome para disputar a presidência. O que queremos é um nome de direita, e essa junção pode atrapalhar esse projeto”, concluiu.

O deputado federal José Nelto (União Brasil) reforçou sua posição contrária à federação. À reportagem, Nelto afirmou que a rejeição da aliança por parte do governador influencia diretamente sua própria decisão.

“O governador Ronaldo não quer a federação. E a partir do momento que ele não quer, eu também estou com ele”, declarou. Nelto destacou que, dentro do União Brasil, há resistência à ideia da federação, enquanto no PP a aceitação é maior.

“Lá eles querem, mas tem problema no Nordeste e em Minas Gerais. Em vários lugares, na verdade”, apontou. Apesar das dificuldades, o parlamentar acredita que a federação ainda tem boas chances de acontecer. “Política é o seguinte: você faz conta. Se você ganha, você segue o jogo”, explica.

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