O partido Cidadania terá um novo presidente estadual em Goiás. O subprocurador-geral da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Iure de Castro Silva, vai assumir o comando da sigla. Ele substitui o empresário anapolino Michel Roriz, que esteve à frente do partido por quase dois anos.
De acordo com informações obtidas pelo Jornal Opção, a transição deverá culminar nos próximos dias. À reportagem, Iure de Castro afirmou ainda que todo processo está sendo conduzido por Michel Roriz.
A mudança, segundo os dois dirigentes, não se trata de uma imposição da executiva nacional, mas sim de uma articulação construída de forma consensual, com foco nas eleições de 2026.
“Quem está conduzindo esse processo todo é o Michel. Ele é o presidente e, por uma questão de respeito e liturgia, é importante dizer isso. Não houve nenhuma intervenção da executiva nacional”, destacou Iure de Castro, que é pré-candidato ao Senado.
Michel Roriz confirmou a transição: “Nós entendemos que, por ele estar na condição de pré-candidato ao Senado, faz sentido que assuma a presidência do partido. Isso fortalece o Cidadania em Goiás e nos dá estrutura para uma campanha mais robusta. Não saio do partido, continuo na executiva e vamos tocar esse projeto juntos.”
A previsão é de que a troca de comando seja oficializada já na próxima semana, após o ajuste de nomes na composição da executiva estadual. Roriz, por sua vez, avalia disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás em 2026, mas diz que ainda não há definição sobre isso.
Iure de Castro Silva é um nome ligado ao presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto (UB). Embora nem ele, e nem Michel Roriz tenham afirmado, o grupo deve caminhar com o parlamentar, que ganha mais musculatura ao agregar mais uma sigla na campanha para as eleições 2026, em que deve se candidatar a deputado federal.
Peixoto ainda tem o apoio do PSB, PMB e Avante, sigla esta em que ele deve se filiar ao sair do União Brasil para disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026.
Espectro ideológico e alianças
A mudança de liderança ocorre após o rompimento da federação entre o Cidadania e o PSDB, o que gerou especulações sobre uma possível guinada ideológica. Questionado se o partido deve caminhar para a centro-esquerda, Iure negou.
“Nossa posição é de centro. Nada de extremismo, nem de direita, nem de esquerda. Vamos respeitar as diretrizes da nacional, mas sempre buscando o diálogo e o equilíbrio.”
Nos bastidores, há rumores de que antigos quadros ligados ao PPS, partido que originou o Cidadania, estariam tentando retomar espaço na legenda. Michel Roriz minimizou.
“Todo partido tem articulações internas. Se esse grupo existe, que venha discutir conosco. O partido é democrático, não tem espaço para violência política, e todo mundo que quiser ajudar é bem-vindo.”
Sobre declarações recentes de Gilvane Felipe, ex-presidente estadual do Cidadania, que sugeriu mudanças de rumo ideológico, a dupla foi direta. “Ele não participa desse processo. É temerário ele falar sobre algo do qual não faz parte”, afirmou Iure.
Michel reforçou: “Ele não fala pelo partido. É apenas um filiado, como milhares que temos. O comando do partido está sendo discutido com os membros ativos e com a nacional, que está ouvindo todos os estados para compreender as realidades locais.”
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