Confira por que Talles Barreto poderá ficar fora da Assembleia e do TCM

Deputados estaduais dizem, de maneira peremptória, que duas vagas do Tribunal de Contas dos Municípios — a de Valcenor Braz e Joaquim de Castro — são da Assembleia Legislativa de Goiás.

São mesmo? A rigor, são (a vaga ocupada por Daniel Goulart, conselheiro de primeira linha, é do governo do Estado, mas ele não se aposentará agora). Mas, como nem Valcenor Braz nem Joaquim de Castro querem se aposentar — e não precisam se aposentar agora —, resulta que as duas vagas não são nem da Assembleia nem do governo do Estado.

Lincoln Tejota: deputado cotado para cargo de conselheiro | Foto: Divulgação

Ou melhor, as duas vagas têm donos: Valcenor Braz e Joaquim de Castro. Este, por sinal, faz uma gestão competente no TCM. Há até quem brinque que deveria ser presidente “vitalício”. Ele é a chamada “unanimidade inteligente”.

Como contornar a questão? O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), deveriam sentar-se à mesa e negociar uma saída pragmática. Senão ninguém ganhará nada. Todos perderão, exceto os conselheiros, que permanecerão nos cargos.

Valdenor Braz, conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás | Foto: Divulgação

A Assembleia indicaria um conselheiro — Talles Barreto e Virmondes Cruvinel, ambos do União Brasil — e Ronaldo Caiado indicaria o outro conselheiro, quem sabe Lincoln Tejota ou Adriana Caiado.

Se houver intransigência, com a Assembleia batendo o pé, exigindo as duas vagas, nenhum dos conselheiros se aposentará agora. O mais provável é que Valcenor Braz acabe por se aposentar no final de 2026 ou no início de 2027 — quando Bruno Peixoto e Talles Barreto não estarão mais na Assembleia. O primeiro vai disputar mandato de deputado federal e tende a ser um dos mais votados. O segundo está dizendo não será candidato, então, quando chegar 2027, estará fora da Alego e, portanto, da política. Sendo assim, não será indicado para o TCM. Para Talles Barreto é agora ou nunca.

Virmondes Cruvinel: deputado estadual pelo União Brasil | Foto: Divulgação

Joaquim de Castro tende a se aposentar em 2028 (ou no fim de 2027), quando, dada sua imensa vocação política — é um gestor competente e criativo —, deve disputar mandato de prefeito de sua Ítaca, a progressista cidade de Jussara.

Por que Lincoln Tejota, um deputado articulado e diplomático, é cotado para conquistar o cargo de conselheiro do TCM? Porque, se indicado — e, sublinhe-se, é deputado estadual (então, a Alego estaria indicando um parlamentar) —, seu pai, Sebastião Tejota, se aposentará do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Trata-se simplesmente de um dos mais experimentados e articulados do TCE.

Joaquim Castro
Joaquim Castro: o conselheiro que modernizou o TCM de Goiás | Foto: TCM-GO

Realista absoluto, Sebastião Tejota só se aposentará se Lincoln Tejota, seu filho, assumir a vaga de conselheiro do TCM. Se isto acontecer, ele voltará à vida partidária, como candidato a deputado estadual, já em 2026. Porém, como tem mais de 10 anos pela frente no TCE, não está fazendo muita questão de se aposentar agora ou em 2026. (Há dois nomes cotados para substitui-lo: ambos técnicos do primeiro time: Adriano da Rocha Lima e Marcos Roberto Silva, ambos auxiliares do governador Ronaldo Caiado.)

Aliados de Virmondes Cruvinel sustentam que o deputado espera ocupar a vaga de Joaquim de Castro (os dois, por sinal, são amigos e se admiram), ainda que entre 2027 e 2028. Por isso, no lugar de reduzir seu trabalho nas bases interioranas, intensificou-o. (E.F.B.)

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