Indústrias familiares se fortalecem com alta na venda de peixes na Páscoa

O feriado da Páscoa é um dos momentos mais importantes para o setor de pescados no Brasil, especialmente em Goiás, para pequenas indústrias familiares como a Proa Indústria e Comércio, sediada em Niquelândia. Segundo a empresária Isabela Toiansk, uma das proprietárias da empresa, o aumento na demanda se intensifica até a Semana Santa, período em que as vendas podem triplicar.

“Se um cliente pedia 10 quilos de filé de peixe normalmente, nessa época ele chega a pedir 30 quilos. Nossa programação é feita pensando nesse período do ano”, afirma Toiansk, em entrevista ao Jornal Opção. Ela relata que a preparação e o planejamento para o feriado começaram em dezembro, para garantir o abastecimento durante a Semana Santa.

No entanto, a empresária conta que, em Goiás, o consumo de peixe ainda é baixo se comparado a outras regiões do país. Enquanto no Norte e no Nordeste o consumo médio anual de pescado gira em torno de 50 quilos por pessoa, em Goiás esse número é de apenas 8 a 9 quilos. “É triste, porque o peixe é uma proteína riquíssima e saudável, mas falta o hábito de consumo por aqui”, lamenta Toiansk.

Outras opções

Entre as opções mais procuradas no estado, a tilápia é a líder de vendas, principalmente pela facilidade de preparo e pela ausência de espinhos, segundo a empresária. “Eu até brinco que a tilápia é o frango dos peixes, porque combina com qualquer receita”, comenta. Apesar da popularidade, ela compara o preço da tilápia ao do filé mignon, devido aos valores elevados.

Para quem busca alternativas mais econômicas, Toiansk sugere outras espécies de qualidade e preços acessíveis, como caranha, pintado, piau e matrinxã, todos oriundos de criação própria, já que a pesca extrativa é proibida em Goiás. “Temos peixes a partir de R$ 12,00 o quilo. Muitos consumidores poderiam aproveitar essas opções e diversificar mais o consumo”, sugere.

Indústria familiar

Criada a partir da união de duas famílias, a Proa Indústria e Comércio atua em três frentes: piscicultura, abate e comercialização de pescado. Todo o ciclo de produção é realizado na região de Niquelândia, com colaboradores de um povoado de 200 pessoas. Por isso, a empresa é responsável pela renda indireta de cerca de 70% da população local. “Todo o nosso foco é abastecer o mercado interno. Nossos colaboradores são da região, e tudo que produzimos é vendido aqui em Goiás”, destaca a empresária.

Toiansk ainda ressalta que as vendas durante a Páscoa são cruciais para o equilíbrio financeiro da empresa ao longo do ano. Apesar do pico de faturamento na Quaresma, a indústria também busca estratégias para estimular o consumo contínuo de pescado nos demais meses.

“Ainda é um processo lento, que depende de incentivo e mudança de cultura alimentar. Temos um longo caminho para mudar isso e manter a demanda estável além do período da Semana Santa. Trabalhamos o ano inteiro voltados para esse momento, mas também tentamos estimular o consumo diário de pescado. É um processo lento, que depende muito de incentivo governamental. Precisamos de políticas públicas que fortaleçam a cadeia produtiva, incentivem o pequeno produtor e ajudem a criar o hábito do consumo de peixe o ano inteiro”, defende.

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