Caso Marielle: pedido de vista adia votação sobre manutenção de prisão de Chiquinho Brazão

A votação para manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão, expulso do União Brasil, foi adiada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 26, após pedido de vista do deputado Roberto Duarte (Republicanos-AC). O relator do processo no colegiado, Darci Mattos (PSD-SC), foi favorável em cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Seguiu a posição de Duarte, o deputado Gilson Marques (Novo-SC), que criticou a pressa dos colegas em resolver o caso. Com isso, os pedidos de vista impedem, por enquanto, que o relatório siga para apreciação em plenário ainda nesta semana. O que frustrou os planos do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

“O crime demorou seis anos para ser solucionado e tomaremos esta decisão em meia hora? Não tivemos tempo hábil para estudar o texto. Para que tanto afogadilho e pressa?”, indagou Marques.

Por outro lado, o membros do PSOL destacaram que já houve uma espera de seis anos por uma resolução para o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O relatório, elaborado por Mattos, agora terá um prazo de duas sessões para análise pelos parlamentares.

Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes | Foto: Reprodução
Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes | Foto: Reprodução

“O adiamento de qualquer decisão que possa levar à cassação do deputado que arquitetou a morte de Marielle é mera ‘passação’ de pano para as milícias. Além disso, falar que estamos com pressa é um desrespeito à família de Marielle”, criticou a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que pontuou ser um gesto às milícias.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, o partido de Roberto Duarte, o Republicanos, se preparava para receber toda família e a bancada do Rio de Janeiro na próxima janela partidária.

Reunião

A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), destacou que buscou um acordo sobre o pedido de vista, mas não obteve sucesso. “O pedido de vista é regimental e as pessoas têm o direito de se aprofundar nas matérias”, pontuou.

Paralelo a isso, deputados da base governista se movimentam para levar o assunto diretamente ao plenário e contornar a CCJ, o que seria regimental.

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