Diante de uma multidão emocionada que lotou a Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco fez neste Domingo de Páscoa, 20, sua primeira grande aparição pública após enfrentar uma pneumonia dupla que quase lhe custou a vida. Ainda em recuperação, o pontífice de 88 anos surgiu em uma cadeira de rodas e saudou os milhares de fiéis com um simples “Queridos irmãos e irmãs, Feliz Páscoa”, arrancando aplausos calorosos e gritos de viva da multidão.
Embora não tenha presidido a tradicional missa pascal, que foi celebrada pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste emérito da Basílica de São Pedro, o Papa apareceu na varanda central da basílica após a cerimônia e abençoou os presentes.
Em seu discurso, lido por um membro do clero, o Papa destacou temas urgentes que afligem o mundo contemporâneo, como a liberdade religiosa, os conflitos armados e a intolerância. “Não pode haver paz sem liberdade de religião, liberdade de pensamento, liberdade de expressão e respeito pelas opiniões dos outros”, afirmou. Ele também denunciou com veemência a “grande sede de morte” que domina tantos conflitos globais e lembrou, em especial, a situação humanitária em Gaza.
Ao mencionar o sofrimento das populações envolvidas na guerra entre Israel e o Hamas, Francisco declarou: “Expresso minha proximidade com o sofrimento… de todo o povo israelense e palestino”. A mensagem também clamou por um cessar-fogo, a libertação de reféns e a assistência à população civil que enfrenta fome e destruição.
Além disso, o Papa classificou como “preocupante” o crescimento do antissemitismo no mundo, convocando à união e à defesa do respeito mútuo entre os povos. O pontífice não deixou de mencionar a guerra na Ucrânia, encorajando as partes envolvidas a buscar “esforços visando alcançar uma paz justa e duradoura”.
Francisco, que esteve internado por 38 dias devido a complicações respiratórias, foi liberado do hospital no fim de março com recomendações médicas estritas: pelo menos dois meses de repouso absoluto. Desde então, ele tem limitado suas aparições públicas, tendo faltado às cerimônias solenes da Sexta-feira Santa e da Vigília Pascal, pela primeira vez desde que assumiu o papado em 2013.
Mesmo assim, o Papa tem demonstrado esforço para manter-se próximo dos fiéis. Durante a procissão após a bênção pascal, ele parou diversas vezes para abençoar bebês trazidos até sua cadeira de rodas. E no sábado, embora tenha delegado a Vigília de Páscoa aos cardeais, Francisco apareceu brevemente dentro da basílica para rezar e entregar doces às crianças presentes.
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