Lula faz o governo da fome, mesmo após 3 mandatos e 4 papas

Demóstenes Torres

O governo da esquerda está sendo rejeitado, inclusive, por congressistas do baixo clero, que não aderem nem em troca de ministério. Ainda assim, o presidente Lula insiste em posar de líder planetário.

Em 2024, cresceu timidamente em número de prefeituras no Brasil e, dias depois, quis ser decisivo na maior potência do mundo, apoiando a fracassada candidatura de Kamala Harris. Tentou acabar com saliva a guerra Rússia X Ucrânia e os combates de Israel aos terroristas de Hamas e Hezbollah. Agora, planeja interferir na sucessão do Vaticano. Típico caricato trágico.

A melhor maneira de homenagear o papa Francisco é cuidando dos pobres. Lula tem feito o contrário neste 3º mandato. Nas casas com renda familiar de até R$ 3.000, 67% reduziram “a quantidade de alimentos que costumam comprar”, segundo o Datafolha na Quaresma. Para dar os R$ 3.000, são necessários 2 meses e meio de serviço de quem ganha o salário mínimo, que é de R$ 1.518, mas não chega a R$ 1.200 líquido.

O IBGE informa que 70% dos sortudos com carteira assinada recebem até 2 salários mínimos. Portanto, a metade exata dos habitantes está comendo menos. Não é que tenha cortado da dieta a picanha e a cerveja –não consegue sequer o costumeiro arroz com feijão. Se a meta da esquerda era o brasileiro passar fome, conseguiu; o perigo é dobrar a meta.

Este governo, de um paradão que só vendo, vai apenas a 2 lugares, ou de mal a pior ou para o exterior torrar com viagens, R$ 7 bilhões em 2023 e 2024, diz este Poder360.

Enquanto isso, a desnutrição nos esbofeteia o rosto nas esquinas, pois as plaquinhas reivindicando ajuda eram erguidas na maioria por falsos pedintes, mas a gestão está de tal maneira desastrosa que a mendicância é autêntica. Da parte que deseja uns trocados para comprar droga, o governo já desistiu, institucionalizou as cracolândias como modelo de sociedade e não tarda a pagar lavouras comunitárias de maconha com emendas Pix.

A ONU encontrou 21 milhões de brasileiros, duas vezes a população de Portugal, no sistema 5 X 2 ou 6 X 1, ou seja, alimentam-se 1 dia ou 2 e “descansam” 5, almoçam hoje e jejuam até amanhã à noite não por religiosidade, mas porque as panelas estão vazias.

A ONU e o IBGE divergem quanto aos portadores de uma doença chamada “insegurança alimentar”: a organização viu 70 milhões de famintos, o instituto encontrou “apenas” 53 milhões de barrigas roncando em 2023, uma Holanda de diferença. É um mal que provoca outros e dificulta a cura: 36% dos integrantes de todas as classes sociais reduziram a compra de remédios, calcula o Datafolha.

O 1º casal maquiou dados para fingir que livrou da fome 24 milhões de pessoas –mesmo que fosse fato, e não é, ainda restariam 46 milhões (ONU) ou 29 milhões (IBGE). Triste a nação cujos gestores se orgulham de deixar sem comida uma Espanha (ONU) ou a Venezuela toda (IBGE) –aliás, a Venezuela toda passa fome, sim.

Numa guerra ideológica, a 1ª vítima é a verdade, a verdadeira, não a das fotos, como os memes do café, o campeão da carestia, atrás das grades nos pontos de venda.

A reação do PT às consequências ruins do populismo é incrementá-lo. Sessenta milhões de consumidores terão a conta de luz zerada (16 milhões de pessoas) ou com desconto generoso (44 milhões). De onde vai tirar o dinheiro para bancar mais essa? Em vez de cortar gastos, parando de buscar criminosos condenados para asilo no Brasil, a grande ideia de Lula é aumentar as tarifas dos irrigantes.Pular no bolso de quem produz é um método financiador da demagogia. Tornou-se rotina seu desrespeito aos produtores rurais, que equilibram a balança comercial. Bom socialista, o presidente tem ojeriza também à indústria, já que as fábricas estão vergando no relacionamento tóxico com os impostos, a má qualificação da mão de obra e a logística do tempo dos carros de bois.

O resultado é um país que se arrasta em último lugar no tradicional ranking de competitividade fabril da Confederação Nacional da Indústria, considerada a parte da Terra que ainda tem salvação.Um dos fatores desse ridículo desempenho, além do péssimo ambiente econômico e do simulacro de educação, faria o papa Francisco excomungar os comunistas disfarçados de cristãos que povoam os gabinetes de Brasília: o desenvolvimento humano. Como o humano se desenvolve vendendo o almoço para comprar a janta

Sonhando manter fiel o eleitorado do qual supõe ser dono, o governo trancou as portas de saída dos programas sociais. Lula está no Planalto há 4 papas (João Paulo 2º, Bento 16, Francisco e seu sucessor) e não acaba com a miséria nem cumpre a promessa das 3 refeições diárias. E nada indica que no futuro vai mudar.

Antes da Semana Santa, o MEC divulgou o Censo Escolar relativo a 2024. Os números, desanimadores, provam por que Lula é malhado não só no Sábado de Aleluia. O Plano Nacional de Educação virou letra morta.

Menos de 50% (49,6% para ser preciso) dos estudantes previstos fazem cursos técnicos de nível médio. A 87% dos jovens é negada a profissionalização, um soco na esperança de quem deseja competir no mercado como empreendedor ou empregado. Em vez de estarem em aulas de tecnologia, engrossam as filas do nem-nem, nem estudam nem trabalham.

Que lá de cima Francisco olhe pelos que vão perder para os bancos o Fundo de Garantia graças ao crédito consignado, pois Lula estendeu o punhal para a turma da CLT. O brasileiro acredita muito em Deus e nada no governo, tanto que para investir imita o estrangeiro embolsando 7% de juros reais. Tudo isso incide diretamente nos 70 milhões de barrigas roncando. Não se sabe como a esquerda consegue dormir com um barulho desses.

Demóstenes Torres, 64 anos, é ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, procurador de Justiça aposentado e advogado. Escreve para o Poder360 semanalmente às quartas-feiras.

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