A fome no Brasil é crônica e o assunto sempre vem à tona no meio político. Mesmo com o constante crescimento da produção agrícola no país, o alimento produzido aqui não enche os pratos. Enquanto o país lidera rankings de produção e exportação, o questionamento: é correto exportar comida enquanto o próprio povo tem fome?
O Brasil é o maior exportador mundial de soja, café, carnes e açúcar, por exemplo, alimentos que participam da base alimentar da população. Goiás, por exemplo, é o terceiro maior produtor de grãos do país, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de 2025, o que significa que a produção goiana é 11,7% do total do Brasil.
Mesmo assim, muitas pessoas não têm acesso à alimentação diária. Pelo menos 3,9% dos brasileiros passaram fome de 2021 a 2023, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO-ONU).
Se não falta comida, falta o quê? Quando a ferida da insegurança alimentar é cutucada, questionamentos sobre o desperdício e distribuição de alimentos no país ganham força. A pergunta é urgente, mas a resposta ainda não tem força. Alguns especialistas argumentam que o jogo de exportação e importação não atrapalha a oferta de comida à população, ao mesmo tempo que outros defendem uma necessidade de reequilibrar a produção interna.
Enquanto as políticas públicas ainda desconsideram repensar e o modelo de produção do país, a fome aumenta. No Brasil não falta comida, falta dinheiro para comprá-la. Os salários não acompanharam a inflação, e as famílias pobres gastam cada vez mais da renda com alimentação – o que se torna insustentável. Para além da produção, é necessário que o brasileiro tenha renda.
Em Goiás, 24,3% da população lida com algum grau de insegurança alimentar, sendo que 3,7% está em situação grave, acessando menos de um prato de comida por dia – segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do ano passado.
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