Mesmo após construir uma carreira como professora universitária e pesquisadora na área de biologia, Débora Regina Machado decidiu retomar o seu sonho: ser médica. Aos 48 anos, ela se prepara para prestar vestibular em Medicina, 30 anos após sua primeira tentativa. Ela foi motivada por um feito da filha, Beatriz, que foi aprovada em 1º lugar na residência médica da Universidade de São Paulo (USP).
“Formei minha filha; agora, a ideia é me formar”, resume Débora, em entrevista ao portal G1, que atualmente estuda no mesmo cursinho onde Beatriz se preparou para a graduação em Medicina. “Minha filha sempre falava: ‘por que você não arrisca?’ E é verdade. O que vou perder se tentar agora?”, relata.
Débora engravidou ainda durante a graduação em Ciências Biológicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aos 20 anos, e seguiu firme até a formatura com o apoio dos pais. Beatriz, nascida no terceiro semestre do curso, cresceu acompanhando de perto a dedicação da mãe – que, mesmo jovem, conciliava maternidade, estudos em período integral e a vida universitária.
Anos depois, Beatriz também seguiu o caminho dos estudos, decidiu ainda criança que seria médica, e foi aprovada na USP após apenas um ano de cursinho. Hoje, é residente em medicina intensiva no Hospital das Clínicas e a maior incentivadora da nova jornada da mãe.“Ela sempre me apoiou, me ensinou biologia, esteve comigo em tudo. Quando ela disse que ia tentar Medicina, não me surpreendi. É muito guerreira”, conta a filha.
Apesar de já ter doutorado, experiência em docência, coordenação acadêmica e pesquisas voltadas para biomateriais de uso médico, A mãe revela que o sonho de cursar Medicina nunca desapareceu. “Desde jovem, eu queria Medicina, mas achava impossível vindo de escola pública. Então fui para Biologia, o mais próximo que eu acreditava poder alcançar”, contou.
Com a filha já independente e estabilizada, ela viu no momento atual a chance de finalmente se colocar em primeiro lugar. Os finais de semana são dedicados aos estudos e à produção de redações. Ela afirma que tentará somente universidades públicas, mesmo sabendo da alta concorrência: “Estou determinada”.
Agora, mãe e filha compartilham não só laços familiares, mas também o mesmo sonho: atuar lado a lado na área da saúde. “É hora de eu conquistar o que sempre quis”, diz Débora.
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