Ibaneis trouxe paz para um DF que era pior que Bagdá em guerra

O Atlas da Violência (PDF – 6,8 MB), divulgado na 2ª feira (12.mai.2025), com dados de 2023, mostra em números o que se aplaude no governo de Ibaneis Rocha: o Distrito Federal tem a 3ª melhor segurança do Brasil. Claro, nada de andar por aí às 3 da manhã falando num iPhone 16 e, na outra mão, uma bolsa LV (ainda que falsificada) cheia de dinheiro e cartões. Mas a saudade é triste ao relembrar como era.

Nos anos 1990 e no início deste século, fui procurador-geral de Justiça e secretário de Segurança Pública em Goiás. Portanto, acompanhei do epicentro a explosão demográfica das cidades do Entorno de Brasília.

Pequenas povoações grudadas no quadradinho, como o Parque da Barragem e o Núcleo Habitacional, se transformaram nas grandes Águas Lindas (247 mil habitantes) e em Valparaíso (220 mil). O antigo quilombo do Mesquita ganhou a Cidade Ocidental, com 100 mil moradores. Mestre D’Armas, marco do fim do mapa de Pernambuco pré-briga com Pedro 2º, é Planaltina (113 mil). Formosa (ao Norte do quadrilátero) e Luziânia (ao Sul) eram estrelas desde antes do boom e saltaram para 125 mil e 223 mil. Cresceram igualmente distritos de Cristalina (Campos Lindos), Padre Bernardo (Monte Alto) e Cocalzinho (Girassol).

Imagine as consequências…Por aqueles dias, a ONU (Organização das Nações Unidas) havia concluído um relatório avaliando que a região era mais letal que as zonas internacionais de guerra. Transitar dos 2 lados, de Goiás e DF, superava em perigo fazer caminhada no Afeganistão ou vestir uma camiseta com a bandeira dos Estados Unidos no centro de Bagdá. Era preciso urgência, vigor e rigor.

Praticamente me mudei para o Entorno, já que os problemas de todas as áreas desaguavam em criminalidade. Tinha de articular com os setores e Poderes dos 4 governos, o distrital, GDF, o estadual e o federal, além dos municipais.

Não parava, como nunca parou, de chegar migrantes, como é natural nas zonas metropolitanas. O inchaço populacional não atingia Goiânia, a quase 200 km de distância, porém incidia 100% sobre Brasília, que é ali depois da linha imaginária. Felizmente, para aquele tempo e agora, o pessoal havia votado bem.

Ibaneis combateu o crime com um quarteto imbatível para as forças de segurança: integração, preparo, equipamentos adequados, batalha para a União remunerar à altura. O resultado é reconhecido até pelo governo federal, que se esforça quanto pode para manietar o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mas o instituto propaga pelo Atlas da Violência as informações dos incompetentes ou, caso do GDF, eficazes.

As decisões que levam à queda nos índices às vezes dependem da personalidade de quem manda. Quando o governante é frouxo, a população passa apertado. O trabalhador é assaltado no retorno do serviço, o jovem sofre para ir à escola, mulheres são estupradas, bate o desassossego nos empreendedores. Era o cenário de Brasília, cujos índices vêm diminuindo e, com Ibaneis, vivencia na prática uma reforma da tranquilidade.

Não se trata de obra do acaso, mas de atitudes como abrir delegacias 24 horas por dia, lutar por “feminicídio zero” com uma série de projetos, integrar as operações, ver a força militar em cada canto do DF, à frente o próprio Ibaneis dando carta branca para a polícia agir dentro da legalidade, mas não fora da realidade das ruas. Como reforço, ações sociais eficientes e investimentos em infraestrutura e nas tradicionais saúde e educação. Por isso, é uma sucessão constante de êxitos.

Graças à sociedade e às polícias, mesma receita de Ibaneis, alcançamos sucesso no Entorno e nas demais regiões do Estado. As famílias simples, maioria por ali, se revelaram fundamentais para a pacificação. Tamanhos feitos, auxiliado por uma turma de primeiríssima, me levaram à reeleição no Ministério Público e a duas vitórias como o nº 1 em votos para senador.

Realizamos à época o que está sendo efetivado desde 2019, pois o momento é outro, mas o território permanece, os vizinhos Brasília e Goiás dividem sabores e dissabores. Com Ibaneis, o cenário se transformou, para o bem dos 2 lados das divisas. As leis não ajudam, porém o que interessa é viver em paz, voltar para casa são, salvo e seguro.

Demóstenes Torres, 64 anos, é ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, procurador de Justiça aposentado e advogado. Escreve para o Poder360 semanalmente às quartas-feiras.

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