PF faz buscas em nova fase de operação contra fraudes no INSS e mira ocultação de patrimônio

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira, 14, a segunda fase da operação que apura fraudes em descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os agentes cumprem dois mandatos de busca e apreensão em Presidente Prudente (SP) , com autorização da Justiça Federal no Distrito Federal.

São alvos da nova etapa da operação Cícero Marcelino de Souza Santos , apontado como assessor do presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil) , e sua esposa e sócia, Ingrid Pikinskeni Morais Santos. Segundo a PF, os dois estariam envolvidos no esquema de ocultação de patrimônio obtido por meio de fraudes.

A operação é considerada pela PF uma complementação de primeira fase, realizada em abril, que revelou o uso de assinaturas falsas e cadastros indevidos para descontar mensalidades de beneficiários do INSS , sem o conhecimento ou autorização das vítimas. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

De acordo com as investigações, a Conafer , presidida por Carlos Roberto Ferreira Lopes , recebeu mais de R$ 100 milhões do Fundo do Regime Geral da Previdência Social (RGPS/INSS) . Parte desse valor – cerca de R$ 812 mil – foi repassada diretamente ao dirigente, que por sua vez transferiu os recursos para Cícero, Ingrid e empresas ligadas ao casal.

“Esses fluxos sugerem um mecanismo de dispersão de recursos por meio de entidades e controlados por indivíduos ligados à associação e ao esquema”, aponta trecho dos documentos da PF. O objetivo da ação de hoje foi identificar e apreender bens que poderiam estar sendo ocultados para dificultar o rastreamento do dinheiro desviado , entre eles, carros do casal.

Na primeira fase da operação, a PF apreendeu bens de alto valor com os investigados, como uma Ferrari, joias, relógios de luxo e quadros. A investigação também aponta o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” , como principal operador do esquema , embora ele ainda não tenha sido preso.

A PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) seguem apurando a participação de outras associações e pessoas físicas no caso, que pode envolver lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, estelionato e organização criminosa . O esquema teria sido iniciado no governo Jair Bolsonaro e continuado até o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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