SUS inicia aplicação de zolgensma, um dos medicamentos mais caros do mundo; Goiás está apto a iniciar a infusão

O Sistema Único de Goiás (SUS) aplicou as primeiras doses do zolgensma, medicamento de alto custo utilizado no tratamento de crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME). As vacinas incorporadas ao SUS por meio de um acordo do Governo Federal e a fabricante do medicamento.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, em Goiás, está habilitado para a infusão da terapia gênica. Outros 22 estados já estão habilitados e outros nove estão em fase de capacitação.

Aplicação

Duas bebês, com seis meses de vida, do Distrito Federal e Recife. receberam as doses da terapia gênica incorporada ao SUS. As duas bebês atendidas foram priorizadas por estarem próximas do limite de idade para receber a infusão e por cumprirem todos os critérios clínicos previstos no protocolo clínico e Diretrizes terapêutica da AME 5q, tipos 1 e 2.

O medicamento é indicado para crianças com AME tipo 1, com até seis meses de idade, que não dependem de ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas por dia.

Mãe da bebê que recebeu a infusão no Hospital da Criança José Alencar, em Brasília, Millena Brito descobriu o diagnóstico de AME aos 13 dias de vida da filha. Para ela, o tratamento oferecido pelo SUS foi o melhor presente que poderia receber. “É emocionante, porque a gente nunca perde a esperança como mãe. Ver minha filha, daqui pra frente, poder andar, correr, falar e me chamar de mãe vai ser excelente. Posso viver a maternidade de uma forma diferente”, afirmou Millena, emocionada.

Com a garantia do acesso ao medicamento, as crianças crianças poderão ter ganhos motores significativos, como a capacidade de engolir e mastigar, sustentar o tronco e sentar-se sem apoio. A expectativa do Governo Federal é atender 137 pacientes nos primeiros dois anos, impactando diretamente na qualidade de vida. Atualmente, um total de 15 pedidos foram protocolados para acesso ao medicamento no SUS e estão sendo encaminhados, começando por estes dois atendimentos.

Um dos mais caros do mundo

Considerado um dos medicamentos mais caros do mundo, ao custo médio de R$ 7 milhões de dose única. Produzida pela Novartis, uma empresa Suíça, a aplicação no sistema público de saúde foi possível graças a um Acordo de Compartilhamento de risco, firmado entre o Governo Federal e a fabricante.

O Brasil é o sexto país no mundo a oferta o medicamento ofertar o medicamento no sistemas públicos de saúde, após Espanha, Inglaterra, Argentina, França e Alemanha. O acordo estabelece que o pagamento do medicamento só será feito se o tratamento for eficaz. Com o acordo, o Brasil conseguiu o menor preço para o medicamento.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, celebrou o momento como um marco para a saúde pública no país. “Seria impossível para as famílias arcarem com um custo tão alto. É uma terapia gênica muito importante e inovadora, por isso garantir esse atendimento e poder acolher essas famílias é um momento de muita emoção”, disse o ministro.

Intervenções

Embora a AME não tenha cura, as terapias disponíveis ajudam a estabilizar sua progressão. Além do zolgensma, de dose única, o SUS oferece nusinersena e risdiplam, de uso contínuo, que atuam para evitar a progressão da doença. Sem essas intervenções, essas crianças enfrentam alto risco de morte antes dos dois anos de idade. Quem recebe o zolgensma não precisa receber outra terapia para AME.

Como ter acesso

As famílias devem procurar um dos 36 serviços especializados em doenças raras do SUS. Um médico realizará a avaliação clínica da criança e, caso os critérios de elegibilidade sejam atendidos, o processo de solicitação da terapia será iniciado.

Dos 36 serviços, 31 já estão aptos a realizar a infusão da terapia gênica — sendo 22 já habilitados e nove em fase de capacitação. Os serviços estão disponíveis em Alagoas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.

Como vai funcionar o pagamento pelo governo:

  • 40% do preço total, no ato da infusão da terapia;
  • 20%, após 24 meses da infusão, se o paciente atingir controle da nuca; 20%, após 36 meses da infusão, se o paciente alcançar controle de tronco (sentar-se por, no mínimo, 10 segundos sem apoio);
  • 20%, após 48 meses da infusão, se houver manutenção dos ganhos motores alcançados;
  • Haverá cancelamento das parcelas se houver óbito ou progressão da doença para ventilação mecânica permanente.
  • Onde encontrar os serviços de referência

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