As aulas do mais novo campus da Universidade Federal de Goiás (UFG), no município de Cidade Ocidental, começarão em agosto deste ano, marcando uma inovação para a educação superior no Entorno do Distrito Federal. A unidade inicia suas atividades em um prédio provisório de três andares no centro da cidade, enquanto aguarda a construção do campus definitivo, com entrega prevista para o primeiro semestre de 2027.
Em entrevista ao Jornal Opção, o diretor do campus, professor Ricardo Barbosa de Lima, detalhou as fases de implantação, a parceria com o poder público municipal e as expectativas para o impacto regional da presença da universidade.
Com entusiasmo, Ricardo destacou a colaboração decisiva da prefeitura municipal para viabilizar o início das aulas ainda neste ano. “Desde o anúncio da implementação do campus, houve um envolvimento da prefeitura municipal. Tanto o prefeito anterior quanto o atual se comprometeram e se entusiasmaram com a presença da universidade”, afirmou. Por meio de um termo de cooperação técnica com a UFG, a administração municipal alugou, reformou e está finalizando a climatização do edifício provisório que abrigará as primeiras turmas.
Ao mesmo tempo, o campus definitivo — localizado em uma área de 500 mil metros quadrados doada à universidade, ao lado do fórum da cidade — está em fase de licitação. A expectativa, segundo o diretor, é que as obras comecem entre setembro e outubro deste ano. O novo prédio contará com quase 8 mil metros quadrados de área construída e deve ser concluído em cerca de um ano e meio. Assim, a previsão é de que os alunos possam usufruir da nova estrutura já no início de 2027.
Ainda segundo Ricardo Barbosa, a chegada da UFG representa uma transformação para a Cidade Ocidental e para toda a região do Entorno. “A administração local, os vereadores, o prefeito Lulinha Viana reconhecem a importância de ter um campus de uma universidade federal, porque isso impacta no desenvolvimento local”, afirmou o diretor, ressaltando que a implantação é estratégica para ampliar o acesso à educação pública de qualidade em áreas historicamente desassistidas.
Outro ponto de destaque são os cursos oferecidos. A unidade iniciará suas atividades com seis graduações voltadas para áreas de alta demanda no serviço público e no setor tecnológico: Administração Pública; Engenharia de Software; Ciências da Segurança; Gestão de Saúde Digital; Inteligência Artificial Aplicada a Políticas Públicas; e Engenharia da Segurança Cibernética. Cada curso foi escolhido considerando o potencial de impacto na formação de profissionais capazes de responder aos desafios contemporâneos, especialmente no contexto do desenvolvimento regional.
O envolvimento da população local também se mostrou decisivo desde o processo seletivo com a abertura de 240 vagas. Segundo o diretor, “o vestibular aconteceu aqui para a UFG do campus da Cidade Ocidental no dia 18 de maio e é muito bom ver que 70% dos alunos que concorreram são daqui da Cidade Ocidental mesmo.” Para Ricardo, esse enraizamento da universidade no território é essencial: “Isso aqui garante o sucesso dos cursos e o crescimento da universidade. Então, é só agradecer ao envolvimento da municipalidade, o envolvimento das pessoas aqui, os ocidentalenses.”
No que se refere ao corpo técnico e docente, a expansão ocorrerá de forma gradual, acompanhando o crescimento da oferta de cursos. “Nós receberemos dentro de quatro anos, a quantidade de 338 servidores para a unidade da Cidade Ocidental”, explicou Ricardo. Neste primeiro semestre, o Ministério da Educação autorizou 13 vagas para compor o corpo docente.
Para os outros semestres, está prevista a liberação do restante das vagas administrativas e acadêmicas, com início das contratações visando os próximos anos letivos. “A cada ano a gente contrata os professores que vão trabalhar no outro ano, pra eles poderem chegar, fazer o reconhecimento e se adaptarem”, completou o diretor.
A instalação do campus Cidade Ocidental integra um esforço mais amplo do Governo Federal para ampliar o acesso à educação superior pública e gratuita em regiões com baixa cobertura de matrículas. A cidade goiana é uma das dez localidades selecionadas para receber novos campi de universidades federais, ao lado de municípios como Rurópolis (PA), São Gabriel da Cachoeira (AM), Ipatinga (MG) e Sertânia (PE). Cada unidade contará com seis cursos de graduação, capacidade para 2.800 estudantes e estrutura planejada para impactar o desenvolvimento local.
Ao todo, o investimento por campus será de R$ 60 milhões, com R$ 50 milhões destinados à construção da sede definitiva e R$ 10 milhões para aquisição de equipamentos. Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Marcus Vinicius David, a iniciativa integra o plano de expansão e interiorização do ensino superior federal.
“O novo campus da UFG consolida a democratização do ensino superior no país, levando oportunidades para uma região estratégica, que sempre enfrentou a escassez de vagas em universidades federais”, destaca o secretário.
Embora a ideia de uma universidade federal no Entorno do DF remonte a 2005, com o Projeto de Lei 5.779/2005, apresentado pelo deputado Rubens Otoni a pedido do professor Marconi Moura, foi somente agora, quase duas décadas depois, que o sonho se concretizou. Ricardo Barbosa reconheceu esse histórico de luta e ressaltou o planejamento rigoroso da universidade, aliado ao apoio da comunidade e das autoridades locais, como elemento central para o sucesso da empreitada. “A gente não estaria começando agora em agosto, se não fosse por tudo isso.”
O diretor reiterou ainda o compromisso da UFG com a excelência e o desenvolvimento regional. “Essa é a nossa expectativa para o início, para começar com essa força diante do desenvolvimento local e do planejamento todo que foi feito”, finalizou.
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