Caso de gripe aviária isola propriedade em um raio de 10 km e foco deve ser erradicado em até cinco dias

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou nesta sexta-feira, 14, o primeiro caso de gripe aviária (vírus H5N1) em uma criação de aves caipiras para consumo próprio no município de Santo Antônio da Barra, região Sudoeste de Goiás.

Em coletiva, o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta, garantiu que todas as medidas de contenção estão sendo adotadas e que não há risco para a produção comercial e nem para a população.

“Desde que recebemos a notificação de alta mortalidade em uma propriedade com criação de aves de subsistência, nossas equipes se mobilizaram imediatamente. Identificamos sintomas clínicos compatíveis com a gripe aviária e hoje à tarde recebemos a confirmação laboratorial do Ministério da Agricultura”, afirmou.

Segundo o presidente, a propriedade afetada é pequena e mantinha cerca de 180 aves para consumo interno, sem fins comerciais. “Hoje, restam em torno de 100 aves. A mortalidade foi alta, o vírus é extremamente letal. Todas as aves vivas estão sendo eliminadas e descartadas de forma segura, em aterro sanitário dentro da própria propriedade”, explicou.

Desde 2023, a Agrodefesa vem preparando suas equipes para um eventual foco da doença. “A partir dos casos em aves silvestres registrados no país, capacitamos nosso pessoal e estruturamos um plano de contingência. Essa preparação nos permite atuar com rapidez e eficácia”, disse Caixeta.

Restrições e vigilância ampliada

A propriedade está embargada, com restrição total de entrada e saída de animais e pessoas. Barreiras sanitárias já foram montadas e um raio de 3 quilômetros ao redor do foco – chamado de “perifoco” – também está sob vigilância.

“As 21 propriedades dentro desse raio já estão sendo monitoradas, e ampliamos essa vigilância para um raio de 10 quilômetros. Nenhuma movimentação animal ocorre sem inspeção técnica da Agrodefesa”, garantiu.

A previsão é de erradicar completamente o foco em até cinco dias. Após a eliminação, será iniciado um período de vazio sanitário de 28 dias. “Também vamos fazer dois ciclos de vigilância para confirmar que o vírus não se espalhou”, detalhou o presidente.

Baixo risco para humanos e produção comercial

A doença, segundo as autoridades, não oferece risco significativo para humanos. “O risco de contaminação para pessoas é baixo. A Secretaria de Saúde já acompanha os moradores da propriedade, e nenhum apresentou sintomas até o momento”, disse Caixeta.

O presidente reforçou que não há qualquer ameaça à segurança alimentar ou à economia local. “Esse caso ocorreu em um plantel de subsistência, sem impacto sobre as aves comerciais. Os protocolos internacionais não preveem embargo para esse tipo de ocorrência. O consumo de carne de frango e ovos continua seguro”, garantiu.

Goiás é o quarto maior produtor e exportador de aves do Brasil, o que aumenta a responsabilidade da Agrodefesa na contenção do foco. “Temos um compromisso econômico e social. A cadeia da avicultura emprega milhares de pessoas. Mas é importante tranquilizar: a produção comercial está livre do vírus e os mercados seguem abertos”, concluiu Caixeta.

A Agrodefesa orienta que qualquer mortalidade atípica ou sintoma neurológico e respiratório em aves deve ser imediatamente comunicada. “Os produtores podem usar o sistema e-Sisbravet, o site da Agrodefesa ou nossos canais de WhatsApp e 0800. A notificação rápida é fundamental para evitar a disseminação do vírus”, disse.

O caso confirmado em Santo Antônio da Barra é o único foco ativo da doença em Goiás. Outras duas notificações, incluindo uma no zoológico de Goiânia envolvendo um cisne e outra em Montes Claros de Goiás, foram descartadas após análise laboratorial.

Leia também: Goiás confirma primeiro caso de gripe aviária em granja não comercial, em Santo Antônio da Barra

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