Banco do Brasil quer aumentar salário de presidente para R$ 117.470

O Banco do Brasil submeterá à apreciação de seus acionistas, na próxima sexta-feira, 26, em assembleia geral, um pedido de aumento salarial para a presidente Tarciana Medeiros. Se aprovada, a proposta elevará a remuneração da executiva de R$ 74.972 para R$ 117.470, representando um reajuste de 56,69%. O conselho de administração do banco justifica a proposta citando a defasagem de salários dos membros da diretoria executiva do BB e o desequilíbrio salarial interno.

Conforme a proposta do conselho de administração do BB, a ideia é colocar um escalonamento de 30,25% entre a remuneração de um cargo estatutário e outro. Assim, o vice-presidente passaria a receber R$ 90.188 (ante os atuais R$ 67.105) e o diretor, R$ 69.242 (hoje é de R$ 56.873) –ampliando a diferença salarial para os cargos celetistas.

Hoje, um gerente geral em unidade estratégica, que possui a maior remuneração CLT do banco público, recebe somente R$ 3.712 mensais a menos do que um diretor. Se a proposta de aumento salarial for aprovada, essa diferença subirá para R$ 16.081. O documento que apresentou essa proposição foi assinado por Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e presidente do conselho de administração do BB.

Segundo o texto, o percentual acumulado do IPCA (índice oficial de inflação) entre 2008 e 2023 foi de 134,1%, enquanto o reajuste acumulado para os cargos estatutários foi de 81,3% no mesmo período. “Há, portanto, uma defasagem de 52,8% entre o reajuste acumulado e a inflação medida para o período”, afirma.

De acordo com a governança do banco, o BB “veta que seus estatutários participem de instâncias decisórias da empresa que deliberem por sua própria remuneração”. O banco garante ainda que não existe qualquer tipo de conflito de interesses que envolva a participação de qualquer membro da Diretoria Executiva do BB na definição de seus salários.

O documento diz também que a proposta tem como objetivo “reestabelecer o equilíbrio salarial interno e preservar a diretriz da justa remuneração dos administradores estatutários frente às responsabilidades dos cargos assumidos no banco”. Além disso, justifica que a remuneração fixa dos diretores não foi reajustada entre 2016 e 2022, enquanto a remuneração fixa de todo o funcionalismo do BB, inclusive dos gerentes gerais em unidades estratégicas, foi atualizada conforme estabelecido nos acordos coletivos de trabalho para a categoria, ocasionando em um cenário de desequilíbrio remuneratório entre a maior remuneração de empregado celetista do BB e a dos administradores estatutários.

Em 2022, por exemplo, a cúpula do BB tentou reajustar o salário do então presidente Fausto Ribeiro. A proposta, contudo, foi rejeitada na assembleia geral dos acionistas. O desempenho da instituição em 2023 foi outro argumento utilizado por Durigan no encaminhamento do pedido. “Outro motivador do reajuste ora proposto diz respeito ao desempenho do banco em 2023, quando ocupou uma posição de destaque frente a seus principais concorrentes, com um lucro líquido ajustado de R$ 35,6 bilhões e um RSPL [retorno sobre patrimônio líquido] de 21,6%, o melhor entre os bancos nacionais”, diz a nota.

Na assembleia, será discutida a fixação do montante global para pagamento de salários e benefícios dos membros da diretoria executiva e do conselho de administração do BB em até R$ 94,5 milhões no período de abril de 2024 a março de 2025. Comparativamente, nos bancos privados, as cifras são mais elevadas. No Santander, por exemplo, o montante deliberado como remuneração global do conselho de administração e da diretoria executiva é de até R$ 500 milhões por ano, abrangendo remuneração fixa, variável e baseada em ações para o período de janeiro a dezembro de 2023.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, ou seja, possui parte de seu capital pertencente ao Estado (governo) e parte em mãos de investidores privados. Assim, os recursos para pagar os salários dos funcionários vêm principalmente das receitas geradas pelas atividades bancárias, como empréstimos, investimentos, tarifas e comissões. Além disso, o Banco do Brasil também pode receber subsídios ou outras formas de apoio financeiro do governo, dependendo das políticas e diretrizes estabelecidas.

O post Banco do Brasil quer aumentar salário de presidente para R$ 117.470 apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.