Para vereadores investimentos na saúde não refletem a realidade e para secretário burocracia dificulta melhoria do setor em Goiânia

Secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi cobrado pelos vereadores a respeito dos investimentos durante prestação de contas na Câmara de Goiânia. Os parlamentares reconhecem que os valores da Prefeitura da Goiânia estão acima do mínimo. Entretanto, eles apontam que a estrutura está sucateada.

“Foi apresentado pelo prefeito que eles aplicaram 20,82% dos recursos na Saúde, mas não dá para sentir isso na capital”, alerta Kátia Maria (PT), vereadora e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal. “As estruturas estão sucateadas, com falta de profissionais para atendimento, e muitas vezes, a própria população precisou levar os próprios insumos. Falta clareza para o detalhamento na aplicação desses recursos”, acrescenta.

De acordo com os documentos apresentados, a capital teve um orçamento para a saúde total de quase R$ 2 bilhões, entre recursos municipais, estaduais e federais. Ao todo, os gastos ficaram por volta de R$ 1,9 bilhão.

Ao mesmo tempo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) cumpriu apenas 33% dos pontos do Programa Anual de Saúde (PAS) da Prefeitura de Goiânia. Algo que a presidente da comissão classificou como “eficácia muito baixa”. Ao mesmo tempo, ela conta que apresentou um requerimento a respeito uso do dinheiro na área.

Em resposta, Pollara disse que inúmeras metas dependem de licitações e de construções de estruturas que ainda precisam ser realizadas. Anteriormente, ele havia afirmado que não seria possível cumprir todas as metas até o final do ano.

Ao todo, o Paço Municipal estipulou 128 metas, mas cumpriu apenas 42 até o momento. Cerca de 77 questões não foram cumpridas e outras nove estão com pedido de revisão. 

O secretário também respondeu sobre a falta de funcionários e insumo. “Contratamos mais de 700 médicos e a questão dos insumos já foi resolvida”, conta. Entretanto, ele não garante que o problema será resolvido na totalidade: “100%? Nunca, mas vamos fazer todo o possível”.

Em março, o Jornal Opção mostrou a situação da infraestrutura e do atendimento em algumas unidades de saúde em Goiânia. Pelo menos em duas das cinco unidades visitadas (Amendoeiras e Campinas), existiam problemas com a estrutura e atendimento. Além de aparelhos danificadas, infiltrações  paredes e tetos comprometidos, ainda faltam médicos nos locais. Problemas no atendimento no Cais da Vila Nova e também no Amendoeiras onde a reportagem flagrou o radiologista da unidade saindo em horário de trabalho para buscar o filho enquanto pacientes aguardavam para realizar o exame de Raio-X.

Na época a Secretaria esclareceu que a revitalização do Cais Amendoeiras estava sendo iniciada o que de fato aconteceu e foi registrado durante visita do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) à unidade de saúde. A pasta também informou à época que a unidade de Campinas também iria passar por obra de revitalização, mas a obra ainda seria inserida no cronograma da consórcio responsável pelas obras.

Não gostou

Durante a prestação de contas, o vereador Bill Guerra (MDB) criticou a escolha de Pollara para a Saúde. Segundo o parlamentar, o nome deveria ser local e não poderia ser “alguém de fora”. Em resposta, o secretário disse que o comentário foi uma “indelicadeza”.

Atraso

Antes de iniciar a prestação de contas da SMS, a Câmara passou por uma situação inusitada. Enquanto o secretário aguardava o início da audiência, diversas modelos de várias cidades goianas entraram no plenário para tirar uma foto. Elas concorrem ao prêmio de Miss Goiás 2024.

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