Retorno das sessões na Câmara pode ter votação de empréstimo e até pedido de impeachment do prefeito

A Câmara Municipal de Goiânia retorna suas sessões ordinárias na próxima terça-feira, 6. O projeto do empréstimo, que teve expectativa de ser votado no final do ano passado, é uma das pautas que o Legislativo deve retornar ao debate.

Além desse projeto do Executivo, o bloco Vanguarda pretende protocolar um pedido de impeachment contra o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Nesse sentido, o Jornal Opção ouviu vereadores da base e de oposição para entender e projetar o clima do retorno.

Sobre o empréstimo, a Prefeitura trabalhou de forma árdua para que o texto fosse votado ainda em 2023. No entanto, o Ministério Público de Goiás (MPGO) fez uma recomendação em que exigia algumas explicações para a verba, o que fez a Mesa Diretora da Casa seguir o órgão.

Agora, a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) acredita que o projeto tem clima para ser votado e está pronto para ser apreciado.

“Tem clima sim, os esclarecimentos da recomendação já foram feitos ao MP, agora cabe à Câmara exercer seu papel e colocar o projeto para votação. Acredito que vai passar”, disse.

Por outro lado, o vereador Igor Franco (Solidariedade), líder do bloco Vanguarda, não vê chances da mesa diretora colocar o projeto para ser votado.

“O prefeito quer o dinheiro do empréstimo, mas não sabe nem com o que gastar. Então, enquanto ele não esclarecer isso, ele não vai conseguir superar as recomendações do MP”, afirmou.

Para o vereador Henrique Alves (MDB), membro da base do Paço na Câmara, a situação do empréstimo está dependendo, neste momento, mais do Executivo do que propriamente do Legislativo.

“A recomendação deixou os vereadores em uma posição muito complicada para votar. Então, na medida que a própria prefeitura tiver um ok do Ministério Público, ou mesmo encaminhar um substitutivo, a gente coloca na pauta de novo. Enquanto isso não acontecer, acho complicado”, explicou.

Essa divergência entre vereadores da base e de oposição pode projetar também como será o clima com a Prefeitura no retorno. Garcez acredita que isso não é motivo de preocupação. “O prefeito tem sua base bem consolidada, acredito que não tem mudanças em relação a isso”, declarou.

Igor Franco preferiu definir a relação como inexistente entre Rogério Cruz e oposição. “Não temos relacionamento com quem não gosta de Goiânia, e o Rogério já entendemos que não gosta. Então, não temos como relacionar com uma pessoa que não tem amor pela cidade que cuida, na realidade não cuida”, criticou.

Sendo assim, o vereador do bloco Vanguarda revelou ainda que pretende protocolar já nesta próxima semana um pedido de impeachment do prefeito.

“Estamos trabalhando para fazer algumas proposituras, dentre elas a CEI da Saúde, que está em fase de coleta de assinaturas e do impeachment, que estamos finalizando o pedido. Vamos fazer a nossa parte, apontar as irregularidades, improbidades, uma série de situações. Agora, se os demais parlamentares vão acompanhar não cabe a nós”, argumentou.

Apesar disso, os vereadores Henrique Alves e Sabrina Garcez enxergam que não é o momento para um pedido de impeachment, ainda mais se tratando de um ano eleitoral.

“Tem que ver o que consta nesse pedido. Para um impeachment, você tem que ter uma motivação muito forte. Achar que a gestão está ruim não é justificativa. Precisa ter uma irregularidade. Agora, acho que é um período complicado, porque é um ano eleitoral. Tramitar um pedido de impeachment demora três, quatro ou cinco meses só de tramitação, o prefeito pode recorrer, uma série de situações que você vai terminar de tramitar no período eleitoral”, opinou Alves.

“É um assunto muito sério. Não é o momento para impeachment, a Câmara tem que trabalhar para resolver os problemas da cidades neste momento”, ressalta Sabrina Garcez.

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