Direitas têm de firmar candidatura para puxar Gomide para baixo em Anápolis

Pesquisas de intenção de votos recentes — como a Serpes — enviaram vários recados para os políticos de Anápolis, talvez não devidamente assimilados. Um deles: o quadro está mais aberto do que se pensa. Vejamos alguns pontos.

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O pré-candidato do PT a prefeito de Anápolis, deputado estadual Antônio Gomide, desponta como favorito absoluto e com possibilidade de ser eleito no primeiro turno.

Então, se um petista aparece em primeiro lugar, muito à frente do segundo colocado — Márcio Corrêa, do MDB —, Anápolis talvez seja uma cidade muito menos conservadora do que se imagina.

O mais provável é que a avaliação positiva de Antônio Gomide nada tenha a ver com ideologia, e sim com sua imagem de gestor eficiente, pois foi prefeito duas vezes, com bons resultados administrativos. Portanto, o que está em jogo, se as pesquisas estiverem certas, é muito mais capacidade de gestão e muito menos a questão ideológica.

Antônio Gomide é de esquerda, mas é moderado e, sobretudo, não é comunista. No máximo, é socialista ou, sobretudo, socialdemocrata, como o presidente Lula da Silva.

 Há um detalhe a ser destacado: a liderança de Antônio Gomide se deve exclusivamente a ele. Ou seja, Lula da Silva e a máquina nacional do PT ainda não entraram no jogo. Portanto, o postulante petista é mesmo um perigo para seus adversários.

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A frente de Antônio Gomide, que sugere possibilidade de vitória no primeiro turno, deve ser considerada como um fator importante. Porém, a sete meses e alguns dias das eleições, pode acabar sendo perigosa para o petista não-vermelho.

Major Vitor Hugo: o articulador de Bolsonaro em Anápolis | Foto: Maryanna Oliveira/Agência Câmara

Por enquanto, só há um candidato realmente definido — Antônio Gomide. É seu trunfo e um dos motivos de sua liderança. Ele está no jogo praticamente sozinho.

Outro fator que beneficia o petista é que a direita está muito dividida, com vários pré-candidatos — Hélio Lopes, do PSDB, Márcio Cândido, do PSD, e Márcio Corrêa, do MDB (talvez migre para o União Brasil ou para o PL).

No momento, o “excesso” de candidatos das direitas não está contribuindo para gestar o segundo turno. O ideal seria, então, lançar apenas um postulante das direitas? Talvez sim. Talvez não. É provável que ao menos dois postulantes das direitas cresçam um pouco e, com isso, garantam o segundo turno. No momento, não estão garantindo.

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A definição de um candidato da direita com amplo apoio político — uma espécie de apadrinhamento — pode ser o verdadeiro diferencial na política de Anápolis. Digamos que Márcio Corrêa (ou Márcio Cândido) conquiste o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), do vice-governador Daniel Vilela (MDB) e dos líderes bolsonaristas em Goiás — senador Wilder Morais e ex-deputado federal Major Vitor Hugo —, o que acontecerá?

Márcio Cândido: vice-prefeito de Anápolis | Foto: Reprodução

Simples: Márcio Corrêa (ou Márcio Cândido) terá conquistado um verdadeiro exército eleitoral, que terá uma influência abrangente, quiçá decisiva, no pleito anapolino.

Então, dois fatores serão importantes para a afirmação do postulante da direita (o mais forte deles).

Primeiro, o apoio de um exército eleitoral que, conservador, tem ligação com a cidade de Anápolis.

Segundo, uma exposição maior do candidato, que, se tornando conhecido, poderá ser considerado (ou não) como superior a Antônio Gomide.

Hélio Lopes: o PSDB planeja bancá-lo para prefeito | Foto: Reprodução

Terceiro, aquele candidato que se conectar de maneira mais estreita com as forças religiosas do município — tanto católicas quanto evangélicas — pode obter um diferencial numa disputa que promete ser mais apertada do que sugerem os números das pesquisas de intenção de voto.

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Por fim, pode-se sugerir que os números (acima de 40%) de Antônio Gomide são excelentes mesmo, mas não são incontornáveis. A campanha, que certamente será dura e ideologizada, tende a “abrir” o quadro eleitoral — o que pode mudar as posições do petista e de seus adversários. (E.F.B.)

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