Wilder ou Gayer: um deles pode ser candidato da base governista a prefeito de Goiânia

Se o empresário Jânio Darrot, do MDB, estiver fora da disputa para prefeito de Goiânia, configura-se, desde já, um quadro de vazio político na base governista.

Como em política o vácuo dura pouco, uma nova realidade pode surgir, nos próximos dias.

O PL faz parte da base política do governador Ronaldo Caiado? O relacionamento parece ser meio ambivalente, mas o senador Wilder Morais, o deputado federal Gustavo Gayer e o ex-deputado federal Major Vitor Hugo — símbolos do poder do PL em Goiás — são próximos do gestor estadual. São interlocutores frequentes.

Então, se não apresentar um candidato eleitoralmente consistente para prefeito de Goiânia — o que, até agora, não tem —, a base governista poderá apoiar um candidato do PL? Pode ser difícil, mas ma non troppo.

No momento, o pré-candidato do PL a prefeito de Goiânia é Gustavo Gayer. Mesmo sem contar com uma grande estrutura na capital, o deputado aparece, nas pesquisas de intenção de voto, praticamente empatado, em primeiro lugar, com o senador Vanderlan Cardoso, do PSD, e com a deputada federal Adriana Accorsi, do PT.

Vanderlan Cardoso e Adriana Accorsi são profissionais da política, com larga experiência, já tendo disputado a Prefeitura de Goiânia por mais de uma vez. Sendo assim, os números de Gustavo Gayer nas pesquisas são ainda mais expressivos.

Se contar com o apoio de uma estrutura adequada, Gustavo Gayer poderá até mesmo superar Adriana Accorsi e Vanderlan Cardoso? É o que os dados indicam.

Entretanto, dado seu espírito crítico — e até agressivo —, Gustavo Gayer não é palatável para todos os grupos da base governista. Por isso poderá sofrer alguma rejeição. Ressalve-se que seu relacionamento com Ronaldo Caiado é o melhor possível — sempre respeitoso e há identidade ideológica entre ambos.

Gustavo Gayer pode abrir espaço para um postulante do PL mais palatável à base governista? Não se sabe. Mas não é impossível. Frise-se que Gustavo Gayer só sai do páreo se quiser.

Wilder Morais pode ser o candidato da base governista em Goiânia? Se Gustavo Gayer sair do páreo, optando por ficar na Câmara dos Deputados — onde o bolsonarismo considera que é eficaz e necessário —, aí, sim, o senador pode ser o candidato do PL a prefeito da capital. A partir daí, da anuência do deputado, teria como operar para obter o apoio da base governista.

O que se disse acima é realmente factível? Por enquanto, é especulação a partir do que se ouviu nos bastidores. Mas não é uma especulação sem lógica.

Uma aliança entre o PL nacional e o União Brasil para apoiar Ronaldo Caiado para presidente da República pode começar com coalizões feitas a partir da disputa de algumas prefeituras em Goiás. Ou seja, depende da boa vontade — política — dos atores em cena.

Se conquistar o apoio da base governista para a disputa da Prefeitura de Goiânia — um gesto de imensa boa vontade e prova de compromisso político —, o PL (leia-se bolsonarismo, mas não só o bolsonarismo, e sim os grupos políticos de centro-direita) certamente poderá começar uma caminhada com Ronaldo Caiado rumo à Presidência da República. Fala-se, inclusive, que a popularíssima Michelle Bolsonaro pode ser a vice de Ronaldo Caiado, daqui a dois anos e oito meses, em 2026. (Fica a ressalva de que o PL de Goiás depende da decisão do PL nacional, quer dizer, não decide nada sozinho. Mas dois dos maiores bolsonaristas, Major Vitor Hugo e Gustavo Gayer, são políticos atuantes no Estado.)

O que ganharia o MDB com o apoio a Gustavo Gayer ou a Wilder Morais em 2024? O apoio do PL para Daniel Vilela disputar o governo em 2026. Além disso, Wilder Morais sairia do páreo, resguardando-se para 2030, e apoiaria o postulante do MDB, ou seja, Daniel Vilela. (E.F.B.)

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