Após ex-presidente ser alvo da PF, canais bolsonaristas deletam mais de 1,5 mil vídeos da internet 

Após a operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados na semana passada, canais bolsonarista no YouTube tomaram a decisão de deletar ou tornar privados mais de 1,5 mil vídeos nos dois dias seguintes. O volume representa um aumento significativo em relação aos dias anteriores, quando menos de 200 conteúdos eram removidos diariamente por esses canais. 

A empresa de análise de dados Novelo Data, que monitora o comportamento de perfis de extrema direita nas redes sociais, detectou essa “limpeza”. As informações foram publicadas nesta quarta-feira, 14, pelo jornal O Globo.  

De acordo com a Novelo Data, a remoção não foi uma ação da plataforma ou resultado de uma decisão judicial, mas sim uma estratégia adotada pelos próprios canais. O padrão de comportamento por parte de influenciadores pró-Bolsonaro é comum em momentos de operações contra investigados por ataques a instituições e também tem sido observado após derrotas judiciais do ex-presidente e seus aliados nos últimos meses.

Em julho do ano passado, por exemplo, o perfil do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ocultou mais de 200 vídeos. O perfil deletou conteúdos relacionados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), após um julgamento que tornou Bolsonaro inelegível.

Deputado Gustavo Gayer durante participação no podcast | Foto: Reprodução
Deputado Gustavo Gayer durante participação no podcast | Foto: Reprodução

Canais que removeram conteúdos 

Nessa última onda de remoções, os canais que mais deletaram vídeos foram o ZangãoBlues, do jornalista Toby Cotrim, com 183 mil inscritos, e o BolsoNews B.N, que possui 323 mil seguidores e cujo autor não foi identificado. Outro destaque é o canal Conservador e Patriota, do ex-candidato a deputado federal e pastor Alberto Jubanski (PTB-PR), com 163 mil inscritos.

A maioria dos vídeos deletados ou ocultados trata de temas da política brasileira e menciona autoridades como ministros do STF e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou estão alinhados aos discursos de Bolsonaro. Embora não seja possível recuperar os vídeos excluídos ou tornados privados na íntegra, foi possível verificar títulos e descrições.

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