Caiado e Wilder fazem bem ao Brasil prestigiando Bolsonaro

Nilson Gomes-Carneiro

Especial para o Jornal Opção

O ex-presidente Jair Bolsonaro vai fazer evento em São Paulo no próximo dia 25. A pauta é sua versão diante de tudo isso que está aí. Os lulistas se enfurecem, mas não há melhor demonstração de democracia do que um sem-cargo se defender em praça pública das vicissitudes sofridas em gabinetes dos três poderes. E já provoca bons efeitos. Algo tão imprescindível quanto raro na política, a lealdade, apareceu como a flor do Cerrado.

Os três senadores da bancada goiana foram eleitos jurando amor a Bolsonaro e apenas um, Wilder Morais, vai à festa na Avenida Paulista. Já o governador Ronaldo Caiado, vencedor nos primeiros turnos de 2018 e 2022 sem poder fazer campanha para Bolsonaro porque seu partido (União Brasil) estava em outra coligação, confirmou presença junto ao ex-presidente. Ressalte-se que o governador o apoiou nos dois segundos turnos.

Discorde-se de Bolsonaro, como Caiado o fez no caso das vacinas, mas pior agem seus detratores, que simplesmente querem adesão total, geral e irrestrita, a qualquer preço, em qualquer moeda, emendas ou cargos.

(Vale relembrar que, mesmo com a teimosia, Bolsonaro comprou 500 milhões de vacinas e distribuiu tanta verba a governadores e prefeitos que até hoje ainda têm dinheiro sobrando.)

 Os adesistas enlouquecem atrás do vil metal e de proteção jurídica, porém não merecem respeito de onde saem nem para onde vão. Vendem-se como a mercadoria vencida que são, já com cheiro ruim da podridão indisfarçável. Esses só haverão de se arrepender quando o tridente petista espetá-los. O doloroso empalamento começa na reputação e só acaba quando aniquila a vítima. PT é para petistas. Aventureiro que beira esse pessoal morre pela boca, por mais larga que seja a garganta engolidora de repasses.

O apreço de Lula a Goiás é nenhum. Antes dos mandatos presidenciais, vinha aqui de vez quando. Com ele no Planalto, as unidades federativas foram substituídas por núcleos do PT e fatias do Centrão. Enquanto esteve na Presidência, Bolsonaro mandava bilhões traduzidos em combate à pandemia, Ferrovia Norte-Sul, financiamento para micros e pequenos, terreno para o Cora (maior obra de tratamento de câncer no interior do Brasil). E visita? Bolsonaro não saía daqui, Lula ficou mais sumido que mimeógrafo na Google.

Outro viés é o constitucional. Nunca na História deste país alguém foi tão perseguido quanto Bolsonaro está sendo. Pesquisas sérias apontam que impedi-lo legalmente é a única maneira de ele não voltar à chefia do Executivo nacional. Para atingir o fim de o despedaçar, não importam os meios. Filhos, mulher, partido, iniciativas como presidente, tudo ligado a ele deve ser triturado.

Wilder Morais, senador, e Jair Bolsonaro, ex-presidente | Foto: Reprodução

No entanto, nada supera o que vem sendo feito com as leis e a Constituição Federal para arrasar Bolsonaro. O ordenamento jurídico pátrio está sendo espatifado para se anular um homem. Transformaram vandalismo em golpe de estado. Usaram uma força armada para atrair milhares de inocentes, embarcá-los em ônibus e prendê-los porque estavam cometendo o grave delito da idiotia, arranchando nas cercanias de quartéis, orando para pneus, peitando caminhões. Atualmente, esses perigosos terroristas recebem penas duas vezes maior que a de assassinos de grávidas. Deve-se a esse conjunto o sumiço de mais um princípio básico, o da individualização das condutas. Ctrl+c, ctrl+v, muda nome e CPF, se houver homônimo apena ambos, 17 anos para cada, 12 no fechado, kafkianismo insculpido na sentença irrecorrível.

As reuniões de Bolsonaro com seu exército de brancaleones repetem bastidores de filmes dos Trapalhões. A mais recente descoberta deve-se a um dedo-duro a quem o presidente confiava sua vida e a da família. O resultado foi mudar o tal iter criminis, o caminho do crime. Querem prender Bolsonaro, botaram em cana o alto oficialato, pela acusação de cogitarem um golpe. Ué, cogitação deixou de ser impunível? Era. Para enjaular Bolsonaro vale tudo.  Ah, eles preparavam o golpe? Pelo vazamento do X9, não se chega a essa conclusão. Mas digamos que preparassem. E daí? Não se pune a preparação, a menos que ela própria seja tipificada e não é o caso. A Lei de Segurança Nacional, entulho autoritário que despejaram no Código Penal, é esgoto do qual o petismo se aproveita para amedrontar a oposição.

Bolsonaro está correto ao se valer do que lhe resta, a capacidade de mobilização. Quando tudo lhe foge, haverá sempre alguém com a camisa da Seleção Brasileira no meio de uma praça inconformado com esse estado de coisas. A formidável notícia é que, ainda depois de cinco anos apanhando dia e noite, metade do Brasil permanece vestido de canarinho.

Destemidos, Caiado e Wilder, os dois maiores vencedores da recente eleição geral, vão representar em São Paulo a parte boa da política brasileira. Não é prestígio apenas para Bolsonaro, é uma honra para o país. E devem aproveitar enquanto há essa chance, pois no ritmo de tolher liberdade imposto no Brasil, daqui a pouco só restará ao povo uma força armada o embarcando em ônibus rumo ao fim da civilização como a conhecíamos.

Nilson Gomes-Carneiro é advogado.

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