Setor produtivo discute impactos de uma duplicação da BR-153

A Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), juntamente com a Comissão de Infraestrutura (Coinfra) e a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), promoveram na quarta-feira, 18, o seminário “Impactos da Duplicação da BR-153 nos Perímetros Urbanos dos Municípios Goianos”.

Há anos se discute a duplicação da BR-153, mas os projetos não avançam. Agora, no entanto, há uma expectativa renovada de que finalmente a rodovia seja duplicada no trecho entre Goiás e Tocantins, no Norte do estado.

A preocupação com a obra gira em torno da rodovia ser chamada muitas vezes de “Rodovia da Morte”. A BR-153 carrega esse apelido devido ao alto número de acidentes fatais que ocorrem em seu trajeto.

No entanto, sua relevância vai muito além disso, sendo vital para a economia de Goiás e do Brasil, além de impactar diretamente a vida de milhares de pessoas. A falta de duplicação em grande parte da via — salvo em alguns trechos — é um dos principais fatores que contribuem para esses acidentes.

O presidente da Facieg, Márcio Luís, considerou o seminário produtivo. Segundo ele, os maiores desafios são os próprios prazos contratuais previstos para conclusão da obra de duplicação. “Nossa luta é que ao menos o prazo para conclusão das obras nos perímetros urbanos seja acelerado”, afirmou

Entre os principais pontos debatidos, destacou-se a preocupação com a falta de viadutos, passarelas e sinalização adequada, o que pode impactar diretamente a mobilidade e segurança de pedestres e motoristas nas cidades cortadas pela rodovia. “Esse ponto foi amplamente debatido”, afirmou.

“Os projetos da duplicação em cada cidade serão desenvolvidos conforme o andamento das obras, dentro de um cronograma pré-estabelecido que, em alguns casos, ainda levarão anos e anos”, afirmou

Essa incerteza gera insegurança jurídica para investidores e comerciantes locais, que não têm clareza sobre os futuros acessos e a infraestrutura a ser implementada em suas regiões. Contudo, um dos aspectos positivos discutidos na reunião foi a promessa de maior envolvimento da comunidade local na elaboração dos projetos de duplicação. “A Ecovias (concessionária que administra a via) garantiu que a comunidade será ouvida nesse processo”, afirmou Márcio Luís.

Apesar de melhorias já realizadas, como a boa sinalização e manutenção das vias, as autoridades reforçaram que apenas a duplicação poderá, de fato, reduzir os riscos de acidentes graves. “A BR-153 hoje está bem sinalizada, com manutenção em dia e pontos de atendimento aos usuários. Isso ajuda muito na redução dos números de acidentes, mas são ações paliativas. A saída real é a própria duplicação”, disse.

Outras medidas sugeridas durante o seminário incluem melhorias na sinalização, especialmente em relação aos “pardais”, para evitar colisões decorrentes de freadas bruscas, e a realização de obras de manutenção fora dos períodos de grande fluxo, como nas férias escolares. “Essas ações são essenciais para garantir que a rodovia não apenas melhore o fluxo, mas também diminua os riscos de acidentes graves”, concluiu.

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