Conheça os diamantes sintéticos, mais baratos e polêmicos

Nas últimas décadas, a introdução dos diamantes criados em laboratório tem suscitado debates tanto conceituais quanto mercadológicos entre os vendedores de gemas naturais e as produzidas tecnologicamente. O processo de formação ao longo de bilhões de anos confere às joias uma raridade que adquire um significado determinante para seus elevados valores, muitas vezes superando a própria exclusividade. Em contraste, as gemas sintéticas podem ser fabricadas em laboratório em um período de até nove meses.

As oportunidades apresentadas pelos diamantes de laboratório têm levado as marcas a investirem em novas coleções. Um exemplo é a Pandora, que lançou nesta quinta-feira, 29 de fevereiro, uma linha de cristais produzidos com tecnologia. A categoria “Diamonds by Pandora” está disponível em cinco países, incluindo o Brasil, e para promover a novidade, uma das estrelas convidadas é a atriz Pamela Anderson.

De acordo com a Pandora, a iniciativa não abrange joias totalmente sintéticas, mas sim um processo de cultivo e lapidação diferenciado a partir de sementes naturais. “As gemas são submetidas a câmaras de vácuo com calor extremamente alto, após o que a câmara é preenchida com gás rico em carbono aquecido por energia de micro-ondas, que quebra a molécula do gás usando 100% de energia renovável”, detalhou a joalheria dinamarquesa.

Enquanto a indústria de diamantes continua a crescer e se reinventar, a controvérsia entre as gemas naturais e as sintéticas persiste. Com discussões que abrangem desde a geologia até o marketing, a autenticidade dos diamantes permanece no cerne das atenções da moda e da indústria joalheira.

Documentário

A evolução da tecnologia permitiu que, nos dias atuais, os diamantes sintéticos sejam quimicamente e fisicamente idênticos aos naturais. A designer de joias Aja Raden explicou no documentário “Nada é Eterno” da Netflix que os diamantes sintéticos de hoje não apenas são indistinguíveis, mas também são genuínos.

Em 2022, o cineasta Jason Kohn lançou o documentário que explora a disputa entre os gigantes da indústria diamantífera e os produtores de laboratório. O principal argumento do primeiro grupo é que a preciosidade não pode ser fabricada pelo homem, como afirmou Stephen Lussier, ex-diretor executivo da De Beers, conglomerado de empresas de mineração e comércio de diamantes.

A Xtropy, uma das principais empresas produtoras de diamantes em laboratório, defende que o valor do diamante sintético também tem impacto tecnológico, pois o material é utilizado em lentes e chips de computador. Além disso, os diamantes de laboratório entraram no mercado da moda, permitindo a venda de joias a preços mais acessíveis.

No entanto, a disputa não se restringe apenas ao aspecto simbólico e tecnológico dos diamantes. Existem questões legais e éticas em jogo, especialmente relacionadas ao controle monopolista exercido por empresas como a De Beers. O cartel tem sido criticado pela sua influência na promoção da ideia de que os diamantes naturais são insubstituíveis, especialmente por meio de campanhas que buscam desacreditar as gemas criadas por intervenção humana.

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