13 horas após as explosões, corpo do responsável por atentado ainda estava na frente do STF

O corpo do responsável pelas explosões que atingiram a  Praça dos Três Poderes, em Brasília, permaneceu intocado em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) por mais de 12 horas após o episódio. O incidente aconteceu por volta das 19h30, com a retirada do corpo ocorrendo apenas após as 9h da manhã desta quinta-feira, 14. Desde então, policiais mantêm policiamento reforçado na praça e no estacionamento de um dos anexos da Câmara dos Deputados, onde realizam uma minuciosa varredura. Toda a área foi isolada, e os acessos seguem bloqueados.

Identificado como Francisco Wanderley Luiz, o homem morreu ao detonar os explosivos em frente ao STF, após ter acionado outras bombas no interior de seu veículo, estacionado nas proximidades da Câmara. O corpo permaneceu no local como parte dos procedimentos de segurança, permitindo que especialistas buscassem possíveis vestígios que ajudem a esclarecer as motivações e origens do ato, além de garantir que não restassem outros dispositivos perigosos na área.

Um inquérito da Polícia Federal (PF) foi aberto para investigar o ocorrido. A polícia Militar informa que um “autoextermínio com explosivo” aconteceu nas proximidades da sede da Suprema Corte. À Polícia Civil, o vigilante Nataniel Camelo, que trabalhava na sede do Judiciário, disse que viu o momento da explosão. Segundo o segurança, o homem ficou parado em frente a estátua da Justiça antes de detonar os explosivos. 

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No Boletim de ocorrência, consta que “o indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”.

Relatos oficiais mostram que o segurança estava sozinho quando o homem se aproximou do prédio. As explosões na Câmara e no STF aconteceram uma após a outra, em instantes bem próximos.

“O indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, consta no BO.

Segurança reforçada

Depois das explosões, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) coordenou uma operação de segurança no entorno do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se encontrava a quatro quilômetros do local, no Palácio da Alvorada, foi rapidamente informado e, ainda durante a noite, reuniu-se com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para avaliar a situação.

O presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, manteve contato telefônico com o presidente Lula, Andrei Rodrigues e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, para discutir os desdobramentos do atentado. Barroso também trocou mensagens com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que está em viagem pela Itália.

Por razões de segurança, a equipe de segurança orientou os ministros do STF a deixarem o prédio, enquanto a Câmara dos Deputados suspendeu as atividades e encerrou a sessão. O Senado seguiu o exemplo e finalizou as votações antes de evacuar a área.

Na manhã desta quinta-feira, 14, a segurança foi intensificada em toda a Esplanada dos Ministérios, que segue isolada. As sedes do STF, Congresso e Palácio do Planalto passaram por uma nova varredura antibomba, enquanto o Supremo foi cercado por grades de segurança. Nas residências oficiais dos chefes dos Poderes, o policiamento também foi reforçado, e o expediente no serviço público foi suspenso.

O Palácio do Planalto ativou o Plano Escudo, que prevê aumento na presença de agentes e reforço militar. Segundo o ministro-chefe do GSI, Marcos Antonio Amaro, a situação no Planalto está sob controle, e o presidente Lula poderá voltar ao gabinete para despachos normalmente, caso opte por retornar ao local.

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