Ex-primeira-dama do Peru chega ao Brasil após denúncia de corrupção com o marido

A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, desembarcou nesta quarta-feira, 16, em Brasília após ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro junto com o marido, o ex-presidente Ollanta Humala. Heredia deixou Lima, capital peruana, após obter salvo-conduto concedido pela presidente Dina Boluarte, que autorizou sua saída da embaixada brasileira na cidade, onde havia pedido asilo para evitar a prisão.

O ex-presidente Humala, por sua vez, decidiu permanecer no Peru e foi preso ainda na terça-feira, 15. O casal foi condenado por receber recursos ilegais da empreiteira brasileira Odebrecht (hoje Novonor) e do governo da Venezuela para financiar as campanhas eleitorais de 2006 e 2011. Segundo o Ministério Público peruano, os valores somam US$ 3 milhões da Odebrecht e US$ 200 mil enviados pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez.

A Justiça concluiu mais de três anos de audiências sobre o caso. Humala governou o Peru de 2011 a 2016 e é o segundo ex-presidente peruano condenado no escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht. A promotoria havia solicitado penas maiores: 20 anos para Humala e 26 para Heredia, por ocultação de recursos e compra de imóveis com dinheiro ilícito. A nega defesa das acusações e requerendo promessas.

Na noite de terça-feira, Humala foi transferido para uma prisão em uma base policial em Lima, onde já cumpre pena os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo. O caso se soma a uma série de escândalos de corrupção que abalaram a política peruana nas últimas décadas.

Escândalo da Odebrecht atingiu quatro ex-presidentes

O escândalo da Odebrecht no Peru levou à investigação e proteção de quatro ex-presidentes:

  • Alejandro Toledo (2001–2006): condenadocondenado a mais de 20 anos por receber propina em troca de obras.
  • Pedro Pablo Kuczynski (2016–2018): em prisão domiciliar provisória , investigaçãoem prisão domiciliar provisória, investigado por favorecimento à empreiteira quando era ministro.
  • Alan García (1985–1990 e 2006–2011): com ordem de prisão decretada, cometido suicídio em 2019.
  • Alberto Fujimori (1990–2000): destituído por corrupção em 2000, foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade. Libertado em 2023, morreu no ano passado. Sua filha, Keiko Fujimori, também é investigada por envolvimento com a Odebrecht e ficou presa preventivamente entre 2018 e 2020.

Em 2016, a própria Odebrecht admitiu o pagamento de cerca de US$ 788 milhões em propinas para garantir contratos em diversos países da América Latina, incluindo o Peru.

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