Márcio Corrêa já anunciou 10 secretários — todos técnicos

Mesmo antes de tomar posse, o prefeito eleito de Anápolis já vem cumprindo uma promessa de campanha. Márcio Corrêa (PL) afirmou que seu secretariado seria composto por técnicos, e não por indicados políticos. Na última semana, ele anunciou dez nomes para compor o primeiro escalão de sua equipe — todos técnicos especializados em suas áreas.

Os cargos ocupados por políticos têm suas funções (conquistar governabilidade; agregar novas ideias; construir colaboração com o Legislativo). Porém, os problemas de cidades como Anápolis e Goiânia são graves e urgentes demais para que valha a pena o risco de testar a imperícia de um indicado por padrinho político. 

Na área das finanças, por exemplo, os desafios são enormes. Em entrevista ao Jornal Opção publicada em 8 de dezembro, o prefeito eleito de Anápolis afirmou: “A cidade perdeu o rumo, do ponto de vista fiscal. Pegou um empréstimo de mais de R$ 600 milhões; perde dinheiro com obras inacabadas; tem uma máquina muito inchada. Anápolis aumentou muito sua despesa corrente com terceirizados, algo em torno de mais de 400% nesse último ano de 2023.”

O técnico que ficará responsável por solucionar a questão terá de conhecer o que funciona no mundo das evidências concretas, e não no universo do diálogo e acordo em que os políticos têm de operar. Alex Schweigert será o secretário de Economia e Planejamento. Ele é Controladoria, Planejamento e Orçamento da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), além de membro do comitê de auditoria, fiscalização e controles do Instituto Brasileiro de Governança Coorporativa.

Outro exemplo de problema que, por definição, só pode ser solucionado por alguém distante da política é o da Saúde de Anápolis. A secretaria municipal teve diversos problemas com Organizações Sociais (OS), justamente por sua relação ser “política” demais. “[Os problemas aconteceram] por falta de transparência da gestão atual. Quando assumir, vou delegar, descentralizar a gestão. As OS vão passar a tratar com técnicos. Já temos um modelo de gestão definida junto com a equipe técnica que vai assumir”, afirmou Márcio Corrêa.

A tarefa de tornar a relação entre Prefeitura e OS é melindrosa e, de fato, só pode ser alcançada por uma pessoa técnica, que vê a importância da institucionalidade nas relações entre órgãos públicos. A responsável pela pasta será Eliane Pereira dos Santos. Ela é servidora do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), pós-graduada em administração em saúde pública e já esteve à frente do programa de triagem neonatal de doenças raras em âmbito nacional. 

Na Educação, os desafios de Anápolis não são menores. No “Plano de Desenvolvimento da Gestão para os Primeiros 100 Dias”, o primeiro objetivo é criar 1.018 vagas na educação infantil. Entretanto, Márcio Corrêa também pretende rever licitações, cortando desperdício de recursos que não rendem resultados. Quem terá o dever de sanear os gastos é Adriana Rocha, doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB) e professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG). 

“Anápolis mas não conseguiu entregar os resultados à população”, afirmou Márcio Corrêa. “Terceirizou o serviço, o que nem impactou na folha de pagamento, porque continuou aumentando o número de comissionados para atender aos acordos e compromissos políticos. Tanto a assessoria jurídica da Secretaria de Educação, como a agência reguladora do Município não conseguiram trazer clareza e transparência para os contratos que foram pactuados, quanto às obras e serviços prestados.”

Os outros sete nomes também merecem destaque: 

  • Rafaella B. Coelho Peixoto (Procuradora-Geral) — Advogada pública concursada na Saneago, subprocuradores jurídica, secretária da Comissão Especial de Advocacia em Estatais da OAB Nacional.
  • Rone Evaldo Barbosa (Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos) — Mestre em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (Usp) e doutor na mesma área pela UnB. Analista de infraestrutura do Ministério de Gestão e Inovação.
  • Iransé Oliveira Silva (Esportes) — Doutor em Educação Física, coordenador de pós-graduação da UniEvangélica, professor permanente no programa de pós-graduação em Movimento Humano e Reabilitação. 
  • Rafael Pires Borges (Cultura) — Pós-graduado em música, fundador e regente principal do Coro Sinfônico de Anápolis, regente titular do Coro Sinfônico de Goiânia e maestro na Prefeitura de Anápolis. 
  • Janaína Macêdo Coelho (Seguridade Social) — Procuradora municipal de Anápolis aposentada, foi professora adjunta da UniEvangélica e integrou a diretoria da Subseção OAB Anápolis.
  • Luís Gustavo Souza Rocha (Comunicação) — Jornalista e mestre em psicologia. Trabalhou com assessoria de comunicação no Senado Federal e na prefeitura de Goiânia e Anápolis.
  • Karin Abrahão (Indústria e Comércio) — Empresário do ramo atacadista e industrial. Vice-presidente do Anápolis Futebol Clube, ex-vice presidente da Federação de Automobilismo e da Federação de Futebol em Goiás.

(I.C.W)

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