A morte do velho capitão

Se a Rainha Elizabeth tem a Ordem da Cavalaria Real, que homenageia os britânicos que se destacaram em suas atividades, Assis Chateaubriand resolveu criar a Ordem do Jagunço, uma comenda para homenagear seus ídolos. O premier britânico Winston Churchill foi o primeiro agraciado. Chateaubriand, que era embaixador, estava em Londres e arrematou um quadro pintado por Churchill. O lance lhe deu direito de conhecer pessoalmente o ex-primeiro-ministro e fazer a homenagem. Churchill achou graça e fez todo o ritual que a Ordem do Jagunço exigia. Ainda bem que registraram esse momento porque muitos não acreditariam.

Assis Chateaubriand foi o primeiro magnata da imprensa brasileira. Ele construiu os Diários Associados, uma ampla rede de jornais e revistas que circulavam pelo país todo. Chateaubriand, em 1950, foi pioneiro ao trazer a televisão para o Brasil fundando a TV Tupi em São Paulo. Além das comunicações, ele atuou na cultura e criou o Museu de Arte de São Paulo. Em 1960, Assis Chateaubriand sofreu uma trombose que o paralisou e se comunicava por balbucios e por uma máquina de escrever adaptada. Ele morreu em 4 de abril de 1968. Para conhecer mais sobre a vida dele, sugiro a leitura do livro “Chatô, o Rei do Brasil”, de Fernando Morais.

Os Diários Associados tinham sua sede em Goiânia. Ficava na Avenida Goiás, próximo à Praça Cívica. O jornal Folha de Goiaz e a TV Rádio Clube eram as maiores empresas do grupo em Goiás. Quando o prédio dos Diários foi inaugurado, em 1959, Assis Chateaubriand veio participar da inauguração. Uma Missa de Sétimo Dia foi celebrada na Catedral Metropolitana de Goiânia e presidida pelo Arcebispo Dom Fernando Gomes dos Santos. Entre os presentes estavam a diretoria e funcionários dos Diários Associados e Jaime Câmara, empresário da comunicação goiana e concorrente dos Diários.

O Velho Capitão está eternizado ao batizar com seu nome uma das principais avenidas de Goiânia.

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