Formação em tecnologia e robótica quer formar geração mais capacitada para o mercado do futuro e manter profissionais em Goiás

A formação inicial em tecnologia, robótica e programação vai conceber gerações mais capacitadas para o mercado de trabalho do futuro, apontam profissionais envolvidos nas formações para estudantes e alunos dos ensinos fundamental, médio e técnico. Programas estaduais como o Escola do Futuro, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e o Laboratório Start, garantem que o interesse em tecnologia seja implantando desde os anos iniciais. A política pública tem o objetivo de formar esses profissionais e retê-los para o mercado de trabalho, em Goiás, evitado a “fuga de cérebros”.

O Laboratório Start, no município de Trindade, iniciou as aulas em novembro de 2024 após a mudança na dinâmica da formação iniciada pelo projeto dos laboratórios include. Os laboratórios, com capacidade para atender 80 alunos divididos entre quatro turmas, agora funcionam todos os dias da semana. A gerente de políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secti, Daniele Silva, diz que a capacidade é igual em todas as unidades.

Laboratório Start ensina robótica para alunos entre 8 e 18 anos | Foto: Divulgação/Sect

“No primeiro módulo, que dura cerca de 2 meses a dois meses e meio, eles vão entender conceitos básicos da robótica, vão conhecer todos os equipamentos e tipos de componentes existentes até a montagem do primeiro circuito e os primeiros passos em programação”, afirma.

O projeto tem duração de 9 a 12 meses e é baseado em três módulos que inclui o aprofundamento nas técnicas e conceitos vistos, impressão 3D e um módulo avançado com estudo de tecnologias exponenciais, imersivas, inteligência artificial e realidade aumentada. “A ideia é que a gente faça eles olharem pro próprio contexto e a partir de todos os conhecimentos que você teve ali, o aluno poder olhar e pensar em modificá-lo. É uma estímulo ao criativo também”, pontua.

Aluno desenvolve habilidades em robóticas nas Escolas do Futuro de Goiás | Foto: Divulgação/Secti

Mercado difícil de segurar talento

A formação inicial e o olhar para o contexto socioeconômico das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade pode ser fortalecer as relações dos profissionais com o estado de Goiás e resolver a dificuldade de competição com o mercado internacional, que paga em dólar. Formados em Inteligência Artificial pela Universidade Federal de Goiás (UFG), têm deixado Goiás, ainda que não fisicamente, para desenvolverem soluções e programas para empresas estrangeiras.

Titular da Secti, José Frederico diz que Goiás tem uma atuação forte na formação e oferta de profissionais para o mercado de trabalho que começa desde as escolas técnicas e profissionalizantes de tecnologia. “Hoje temos parceria com a Secretaria de Educação formando mais de 2 mil desenvolvedores de sistema, profissionais da ciber segurança e segurança cibernética que começamos a desenvolver ainda no ensino médio”, pontua.

Para “segurar” os profissionais que demandam oportunidades de trabalho mais interessantes, o secretário aponta que o Estado de Goiás tem investido em parcerias com o Sistema S, como Senai, Senac, Universidades pública e privadas, para criar um ambiente de negócios inovador e sustentável. “Se a gente conseguir construir esse ambiente onde os negócios inovadores vão ser criados e instalados aqui, vamos ter uma demanda maior para esses profissionais. Esse é um movimento recente criado pelo governador Ronaldo Caiado que estimula a criação desses ecossistema”, avalia.

O HUB Goiás, de acordo com o secretário, é esse espaço de fomento às iniciativas inovadoras no Estado de Goiás. “Em dois anos já foram mais de 160 startsups apoiados e um investimento de R$ 689 milhões entre 2019 e 2024. Temos empresas de software, inteligência artificial, voltadas para o agronegócio, tecnologia das informação, comunicação”, informa.

Gerenciamento de identidade

Uma das startups estimuladas pelos programas estaduais é a Sintesis, uma empresa de gerenciamento de identidade e presença de pessoas com apoio ao fornecimento de gratuidades e benefícios vinculados. A marca utiliza cartões inteligentes sem contato podendo registrar a presença física.

CEIA/UFG

O Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi criado em 2019 dentro da política de desenvolvimento de centros de excelência do Governo de Goiás. Foram investidos R$ 12 milhões nos últimos cinco anos e, em 2024, o Centro ultrapassou a marca de R$ 300 milhões em investimentos captados.

O Ceia hoje é referência na América Latina e oferece soluções para órgãos públicos, empresas privadas e entidades internacionais, além de abrigar o primeiro Centro de Competências em Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais (AKCIT, sigla em inglê para Advanced Knowledge Center for Immersive Technologies, nome oficial do centro), atraindo novos investimentos para o desenvolvimento de tecnologias de ponta.

O impacto também se reflete na formação de talentos, com o curso de Inteligência Artificial registrando o maior ponto de corte entre todas as graduações da UFG, passando Medicina, que dominou as graduações da Federal de Goiás por décadas.

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