Em um marco inédito para a astronomia, uma equipe internacional de cientistas anunciou, nesta quinta-feira, 17, a detecção de possíveis bioassinaturas em um exoplaneta localizado a 124 anos-luz da Terra. A descoberta, feita com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb, identificou dois gases — sulfeto de dimetila e dissulfeto de dimetila — que, no planeta Terra, só são produzidos por processos biológicos ligados à atividade microbiana.
Os dados, considerados por especialistas como as evidências mais fortes até hoje de vida fora do Sistema Solar, foram publicados na última edição da revista científica The Astrophysical Journal Letters. Embora ainda preliminares, os resultados levantam a possibilidade de que o planeta K2-18b abrigue algum tipo de vida microscópica.
Reações e especulações
A notícia repercutiu amplamente nas redes sociais, onde internautas reagiram com entusiasmo e bom humor. Alguns chegaram a brincar com a ideia de colonizar o planeta para escapar dos problemas da Terra. No entanto, a possibilidade de uma viagem até K2-18b esbarra em limitações técnicas quase intransponíveis.
Um planeta distante e massivo
Localizado na constelação de Leão, o exoplaneta K2-18b é cerca de 8,6 vezes mais massivo do que a Terra e tem um diâmetro 2,6 vezes maior. Ele orbita uma estrela anã vermelha na chamada “zona habitável” — região em que a presença de água líquida na superfície planetária é considerada possível.
A distância que separa a Terra de K2-18b, no entanto, é colossal: aproximadamente 1,18 quadrilhão de quilômetros. Isso equivale a 124 anos-luz — medida baseada na distância que a luz percorre em um ano, a quase 300 mil km/s. Como a humanidade ainda está longe de desenvolver tecnologias capazes de atingir sequer uma fração dessa velocidade, uma viagem ao planeta permanece inviável.
Limitações da exploração espacial
Mesmo com os avanços da exploração espacial, as velocidades atingidas pelas naves humanas ainda são muito limitadas. A sonda Voyager 1, por exemplo, levou 36 anos para deixar o Sistema Solar após ser lançada em 1977. Já a Sonda Solar Parker, recordista em velocidade, alcançou 692 mil km/h (ou 192 km/s) em 2024 — ainda muito distante dos 300 mil km/s necessários para chegar a K2-18b em “apenas” 124 anos.
Projetos mais ousados, como a nave “Orion”, baseada em propulsão nuclear por explosões atômicas, foram cogitados nas décadas de 1950 e 1960, mas nunca passaram da fase teórica. Sem apoio político ou financeiro, o projeto foi descontinuado.
Próximos passos
Apesar das limitações tecnológicas, a descoberta reforça a importância de investimentos em ciência e observação espacial. Novas análises deverão ser conduzidas para confirmar se os compostos detectados em K2-18b são, de fato, resultado de atividade biológica ou se há outras explicações possíveis.
Enquanto isso, o planeta continuará a intrigar cientistas e alimentar a imaginação popular sobre a existência de vida além da Terra.
Leia também:
Pesquisa mostra que brasileiros se interessam muito por ciência, mas não a entendem
Mulheres e Poder VII: Pesquisadoras de destaque incentivam meninas a se tornarem cientistas
O post Cientistas detectam possível sinal de vida em planeta fora do Sistema Solar apareceu primeiro em Jornal Opção.