Há poucos dias, um deputado estadual disse que, numa conversa, o prefeito de uma cidade do Médio Norte goiano perguntou de supetão: “Cadê o governador?” O parlamentar, sem entender direito o que estava acontecendo, respondeu: “Está no Palácio das Esmeraldas”.
O prefeito corrigiu-o: “Estou falando do governador da Assembleia Legislativa”. O deputado inquiriu, surpreso: “De quem o sr. está falando”. O gestor municipal respondeu, sério: “De Bruno Peixoto (União Brasil), o ‘governador’ da Assembleia”.
Dada sua operação habilidosa dos poderes da Assembleia, a força política de Bruno Peixoto se tornou tão avassaladora que parte dos prefeitos o trata mais como “gestor” do que como “legislador”. Por isso há quem postule que pode ser o candidato a deputado federal mais votado do pleito de 2026, daqui a um ano, três meses e alguns dias.

A experiência de poder de Bruno Peixoto acendeu a cobiça de vários deputados estaduais, como Issy Quinan, do MDB, Wilde Cambão, do PSD, e Virmondes Cruvinel, do União Brasil.
No sábado, 7, um deputado disse que, se eleito deputado federal, Bruno Peixoto vai operar para eleger o sucessor. “Frise-se que a eleição para deputado será no início de outubro de 2026. Então, Bruno Peixoto ainda ficará no poder nos meses de outubro, novembro e dezembro. Em três meses, ele certamente, com a ampla estrutura da Assembleia, vai operar para tentar eleger o sucessor.”
Issy Quinan é ligado mais ao vice-governador Daniel Vilela, do MDB, do que a Bruno Peixoto.

Daniel Vilela assumirá o governo de Goiás, no início de abril de 2026, e será candidato à reeleição. Se reeleito, é natural que queira um aliado na presidência da Assembleia. Então, há possibilidade de operar pela eleição de Issy Quinan.
A eleição de um presidente da Assembleia depende muito do governador, mas não só. Deputados governistas podem se unir à oposição e bancar um nome que, mesmo não sendo contra o gestor estadual, pode adotar um comportamento mais independente, digamos assim.
Então, se quiser presidir a Assembleia, Issy Quinan precisa operar com o governador e, também, com os deputados. Precisa formar um grupo e conquistar, aos poucos, integrantes de outros grupos, inclusive das oposições. Trata-se de um nome forte e, até por ter sido prefeito, tem experiência administrativa.

Diz-se que o Entorno de Brasília pode ser decisivo numa possível vitória de Daniel Vilela para governador. Para recompensar a região, o governador poderia operar em duas vias. Wilde Cambão poderá ser apoiado para presidente da Assembleia. E há a possibilidade de Issy Quinan ficar dois anos e Cambão dois anos.
Uma alternativa, que tem ligação com Bruno Peixoto e Daniel Vilela, é o deputado Virmondes Cruvinel. É articulado e, se eleito, saberá como administrar a Assembleia. Porque é, tecnicamente, competente. E, se eleito, recompensaria o partido político do governador Ronaldo Caiado, o União Brasil.
Há um detalhe crucial: os três citados — e qualquer outro pretendente ao trono da Assembleia — precisam ser reeleitos. É a primeira luta. (E.F.B.)
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